Nampula (IKWELI) – O ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, entende que a utilização do milho na produção da cerveja e ração animal na província de Nampula pode desestabilizar a disponibilidade do produto para o consumo humano.
Moreno esteve na cidade de Nampula na semana passada, onde participou numa reflexão sobre o papel da produção e da comercialização de cereais na renda e na segurança alimentar e nutricional de pequenos produtores e lançamento do estudo da cadeia de valor de milho.
Face a situação, o governante referiu que decorre o controlo de saída do milho e apela a necessidade de melhoramento da tabela logística de transporte para a garantia da maior produção e consumo.
“O milho é o produto de maior consumo na zona norte, também é o milho que tem pressão sobre a ração dos animais e a cerveja, portanto, a produção nos últimos anos está a crescer, mas não é suficiente devido a questão de produção e uso do milho para a cerveja que criou uma pequena desestabilidade ao consumo humano. A indústria da cerveja está a consumir mais ao menos 30% de produção e este é o desafio, também temos o aumento da produção agrícola e o milho é usado para ração animal, e este equilíbrio deve ser encontrado”, disse, recordando que “o cultivo de milho difere de outras culturas, como por exemplo a soja, uma vez que exige, em primeiro lugar, um maior investimento no que tange a insumos e em segundo lugar infraestrutura, limpeza e secagem, igualmente, armazenagem e conservação adequada. É preocupação do governo de Moçambique incrementar a produção e produtividade do milho, com vista a melhorar a sua contribuição para reversão da posição negativa da balança comercial no desmembramento do agro-negócio e tornando uma verdadeira segurança alimentar de produção e consumo nacional. Na campanha 2022-2023, foram comercializados 17.6 milhões de toneladas de produtos diversos, correspondente a um crescimento em 22% relativamente a campanha anterior e cerca de 28% desta comercialização foi de milho”
O ministro de Indústria e Comércio afirmou, ainda, que, no âmbito do melhoramento da capacidade de captação, armazenamento, tratamento e conservação agrícolas, assim como outras utilidades para cuidado da comercialização agrícola, o Instituto de Cereais de Moçambique tem privilegiado a construção e reabilitação de armazéns em lugares estratégicos para dinamização do processo.
“A instituição tem estado a monitorar o processo de reabilitação e operacionalização dos complexos dos seus armazéns para gestão público e privada, e neste âmbito está também a gerir uma linha de crédito para comercialização agrícola, onde foram financiadas 334 operações num montante de 391 milhões de meticais”, concluiu Moreno. (Nelsa Momade)