Songo (IKWELI) – No término do campeonato Nacional em Futebol da primeira divisão sénior masculino (Moçambola), o Ferroviário de Nampula deslocou-se a Vila de Songo, onde perdeu diante da União Desportiva local por 2-1, jogo disputado neste domingo naquela parcela da província central de Tete.
Trata-se da primeira derrota dos axinenes de Nampula desde que o mister Artur Macassar (Turito) assumiu o comando técnico do Ferroviário de Nampula. Assim, com a queda, os axinenes perdem o sonho de resgatar o título que foge ao clube desde 2004.
Aliás, na ida a Songo, o Ferroviário de Nampula ainda tinha possibilidades de se sagrar campeão nacional, uma vez que tinha a mesma pontuação com o homónimo da Beira. Para tal, os nampulenses precisavam vencer o jogo diante dos hidroelétricos e aguardar pelo deslize dos beirenses.
O desejo de Nampula começou a enterrar-se naquelas montanhosas e carbonificas terras logo aos 33 minutos da primeira parte, quando Abedy expeliu um remate para o fundo da baliza a guarda de Fazito.
O golo dos hidroelétricos é o culminar de sucessivos ataques que começaram logo o apito inicial, numa altura em que a equipa do Ferroviário de Nampula apresentava um futebol irreconhecível, pelo menos daquilo que vinha mostrando nas últimas rondas caracterizado pela pressão e ataque rápido.
Apesar disso, aos 45 minutos da partida, Telinho devolveu esperança aos representantes da capital do norte, quando numa jogada de insistência marcou o golo de empate. Por essas alturas em Chiveve, um dos campos onde também era possível celebrar-se o título, o resultado mantinha-se em branco.
Depois do golo, o árbitro deu três minutos adicionais, onde a UDS voltou a mostrar suas qualidades tendo, na circunstância, introduzido a bola no fundo, mas que não contou porque o autor encontrava-se em posição irregular.
Penálti duvidoso condena os axinenes
Na segunda parte, a turma caseira voltou a pressionar, numa etapa em que os locomotivas, também, mostraram um futebol dinamizado, mas continuava a mostrar fragilidades no eixo defensivo.
Foi com a pressão dos anfitriões que, na zona do semicírculo, isso na entrada da grande área, se protagonizou uma jogada irregular por parte dos defesas do Ferroviário de Nampula e João Paulo, árbitro principal do desafio, entendeu em assinalar que a alegada falta foi cometida na área de penálti, pelo que assinalou a grande penalidade que foi devidamente concretizada por Abedy, afundando, assim, o sonho dos mais de 6 milhões de habitantes de Nampula que almejavam o título de campeão para o seu representante.
Aliás, em Songo o Ferroviário de Nampula não lhe faltou apoio, já que cerca de uma centena de sócios e simpatizantes seguiram a equipa, numa caravana suportada pelo governador de Nampula, Manuel Rodrigues que desembolsou mais de 500.000,00Mt (quinhentos mil meticais), segundo o Ikweli apurou.
“Lutamos até ao fim, acabamos com dignidade, recuperamos o terceiro lugar. Sabíamos que seria difícil num terreno desses, mas a equipa esteve lá. Infelizmente, tivemos aquela situação de golo de penálti, mas não baixamos em jogo, fomos jogando a Ferroviário mesmo, mas não foi dessa”, lamentou o mister Turito, treinador do Ferroviário de Nampula.
Para a União Desportiva de Songo, apesar de perder o título a vitória era importante para dignificar o clube. Aliás, para o mister Caló, técnico adjunto da UDS, a vitória veio renovar a moral do plantel, tendo em vista a Taça de Moçambique que ficou por disputar.
Com a queda do Ferroviário de Nampula, o Ferroviário da Beira tornou-se novo campeão nacional com 39 pontos. No jogo da última jornada os locomotivas do Chiveve venceram a Associação Desportiva de Vilanculo, por 1-0.
Por seu turno, o Ferroviário de Nacala não aproveitou o deslize da Associação Desportiva de Vilanculo na luta pela manutenção, ao consentir uma derrota de 4-2 diante do Costa do Sol, e carimbando, assim, a sua descida de divisão.
Outros jogos da jornada, ABB 1-0 Ferroviário de Lichinga, Ferroviário de Quelimane 1-0 Matchedje de Maputo. (Constantino Henriques, em Songo)