Nampula (IKWELI) – O comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, afirma ter detido, pelo menos, 101 pessoas, alegadamente, envolvidas nas manifestações que concorreram para a desestabilização da ordem e tranquilidade públicas nas cidades de Nampula e Nacala durante a semana passada.
Membros e simpatizantes da Renamo têm vindo a reivindicar a vitória do seu partido nas eleições de 11 de outubro corrente naqueles pontos do país, por isso vêm promovendo manifestações, as quais atingiram o epiteto de guerra urbana por conta da actuação da polícia, corporação que disparou tiros reais e gás lacrimogénio contra pessoas indefesas.
O porta-voz da PRM, Zacarias Nacute, aponta que a manifestação protagonizada por membros e simpatizantes do partido Renamo, caracterizaram-se por obstrução de vias de acesso, queima de pneus, vandalização de estabelecimentos comercias e destruição de viaturas estacionadas nas vias públicas.
“Os indivíduos detidos foram orientados pelo delegado do partido Renamo, assim como pelos presidentes das cidades de Nampula e Nacala”, refere Nacute, assegurando que os mesmos serão responsabilizados pelos actos cometidos.
Pela primeira, a corporação assumiu que “neste trabalho tivemos uma baixa policial e, até na última sexta-feira, havia registo de 9 feridos, no entanto informações actualizadas pelo hospital central dá-nos indicações que 14 indivíduos deram entrada no HCN em consequência dos confrontos neste assunto de manifestação”.
Nacute anotou que “queremos desde já mostrar o nosso repúdio as atitudes e acções, com enfoque para a delegada e o presidente do município da cidade de Nampula, por orientaram manifestações violentas, situações que desestabilizaram a ordem e segurança publicas e esperamos que os órgãos de administração da justiça possam fazer valer os processos para que sirva de exemplo, para não usar as manifestações políticas para destruição de bens”.
Esta fonte policial asseverou ainda que o grupo dos 101 ainda encontra-se detido, e já foi apresentado ao Ministério Público.
Contudo, a polícia ainda nega que a sua actuação excessiva teria causado óbitos. “Não houve registo de óbitos causadas por alguma acção policial”, disse Nacute, afirmando que “estas informações falsas que dão conta que houve imensas baixas ou perdas de vidas ao nível da província de Nampula são informações que nalgum momento tentam denigrir o trabalho ou actuação policial que esteve precisamente para repor a ordem e garantir que as pessoas destes dois municípios envolvidos em manifestação pudessem realizar as suas actividades”. (Nelsa Momade)