Nampula (IKWELI) – Após um ligeiro silêncio em torno das eleições do passado dia 11 de Outubro do ano em curso, o Partido Acção do Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI) reagiu em torno do processo exigindo que a votação seja anulada e repetida devido as irregularidades registadas que ferem grosseiramente a democracia multipartidária nacional.
Para o Secretário-geral do AMUSI, Hermínio Sumaila, que concedeu uma conferência de imprensa nesta quinta-feira (19), a eleição autárquica em Nampula, concretamente na cidade capital, não foi livre, justa nem transparente, devido ao cometimento de vários ilícitos eleitorais com enfoque para enchimento nas urnas, falsificação de editais, corrupção, entre outras irregularidades.
“Houve uma ligeira demora no pronunciamento do AMUSI porque esperávamos a reacção dos tribunais, a reação da comunidade internacional em relação aquela novela do dia 11 de Outubro. Este sistema democrático que tem resultado no maior fracasso, este fracasso mostrado no dia 11 de Outubro através de intervenção errada feita pelos partidos parlamentares no acto de votação porque estes todos vieram com plano definido, com um esquema combinado entre eles, que começou mesmo no acto de recenseamento, em que estes partidos parlamentares trouxeram pessoas de fora do raio municipal, com objectivo central de recensear as pessoas para a sua votação no dia 11 de Outubro”, entende Hermínio Sumaila, Secretário-geral do AMUSI.
“É isso que vivemos no dia 11 de outubro, vimos os partidos como Renamo, MDM assim como a Frelimo a transportar pessoas de fora do raio municipal a votarem e a fazerem enchimento naquela data. Daí que aquilo que é o nosso posicionamento como partido AMUSI, é que as eleições ao nível do país, não aconteceram e, não acontecendo, solicitamos o apoio da comunidade internacional para invalidação deste processo, porque eleição como tal não aconteceu”, prosseguiu a fonte.
Para Hermínio Sumaila “não havendo invalidação das eleições em Moçambique, queremos chamar atenção a comunidade internacional, mais uma vez, para que os moçambicanos, os africanos a viverem a sua natureza de país, porque eles é quem financiam os processos de paz, eles doam dinheiro para os processos de paz, por isso não pode e nem deve não existir um organismo internacional que vele pelo controlo dos processos para a democracia”.
“A democracia no mundo deve ter um organismo para dirimir os conflitos eleitorais. Hoje estamos a viver democracia os processos eleitorais são geridas por organismos internos, ao nível dos países, por isso haverão sempre omissões nos processos das eleições, desde altura em que os partidos extraparlamentares como AMUSI, não fazem parte directa na organização deste processo, mas são actores do mesmo. Isto significa que os extraparlamentares estão no processo simplesmente para figurar, existem partidos parlamentares com acordos ao nível do parlamento que são de, mais uma vez, sacrificar os moçambicanos, por isso como AMUSI, o nosso maior apelo é que a comunidade internacional deve intervir no processo eleitoral havido no dia 11 de outubro, e a sua maior intervenção deve ser invalidar essas eleições”, precisou o Secretário-geral do AMUSI.
Por outro lado, Hermínio Sumaila disse acreditar que o nível de fraude eleitoral que se manifestou na votação do passado dia 11 de outubro pode estar na origem de intenções de alguns políticos que querem que o país esteja mergulhado em conflito para acomodar seus interesses. (Constantino Henriques)