Nampula (IKWELI) – O corpo de uma jovem trabalhadora de sexo foi encontrado sem vida no maior prostíbulo do norte de Moçambique, Axinene, durante a noite que antecedeu ao dia da votação, 11 de outubro corrente, e alega-se que a mesma tenha sido assassinada por um cliente insatisfeito.
Uma das amigas da vítima, cuja identidade protegemos a seu pedido, contou a imprensa que a tragédia se deu na noite da terça-feira (10) da semana passada, quando esta escutou gritos de socorro vindos do quarto da malograda, tendo de imediato se dirigido a um posto policial para meter queixa.
“Minha amiga estava a pedir socorro, eu sai e fui a polícia, quando cheguei eu disse, chefe estou a pedir socorro, lá onde nós estamos temos uma colega que está entre a vida e morte. Então, o policial que estava de serviço perguntou se as pessoas estão a se matar, e eu perguntei se a resposta era para mim. Foi quando ele disse vai lá na linha férrea irás encontrar um chefe alto, leva ele para la”, explicou.
O que a jovem não sabia é que encontraria sua amiga morta, tanto é que pede que a justiça seja feita, uma vez que o mesmo foi entregue as autoridades.
“Nossa amiga foi assassinada e a pessoa nós não conhecemos, mas já entregamos nas mãos da autoridade”, afirmou.
Já o guarda do local disse, também, ter ouvido os gritos de socorro, o mesmo revelou que até chegaram a neutralizar o agressor e levado a esquadra. “Quando pegamos o violador na hora estava a chegar a polícia, saímos todos para a esquadra, mas pelo caminho os agentes disseram que era para eu seguir com o jovem sozinho, quando lá chegamos o assassino tinha na mão uma arma branca, eu disse que ele matou alguém, mas ele disse que foi vítima de uma agressão”, disse.
Trata-se de um caso denunciado a imprensa pela Fundação para o desenvolvimento da Comunidade (FDC), através do Projecto VIVA+ que trabalha com adolescentes e jovens dentro e fora da escola, mas também com as Mulheres Trabalhadoras de Sexo (MTS).
Sem gravar entrevista, a Oficial de Advocacia, Género e Direitos Humanos da FDC região Norte, Zita Amade, disse que neste momento encontram-se a tratar de questões relacionadas com a cerimónia fúnebre da malograda, visto que a mesma era natural da província de Inhambane e que os seus familiares não dispõem de recursos financeiros para transladar o corpo. (Ângela da Fonseca)