Nampula (IKWELI) – O rácio professor/aluno na província de Nampula continua a impactar na fraca qualidade do ensino e aprendizagem em diversos estabelecimentos, primários e secundários públicos.
Alguns professores entrevistados pelo Ikweli, por ocasião da passagem do dia do professor, foram unânimes em afirmar que há cinco (5) anos, o ensino e aprendizagem por parte dos alunos era de extrema qualidade, comparativamente aos tempos actuais.
Nelson Joaquim Terra, professor em exercício na escola secundária de Muatala, explica que “o maior desafio é mesmo o rácio professor/aluno. Antigamente, nós tínhamos em cada turma 45 a 50 alunos na escola secundária de Muatala, mas hoje encontramos 110 ou mais alunos em cada turma, tanto no primeiro, assim como segundo ciclo, isso sufoca os professores e reduz a qualidade de ensino porque, não é fácil com o ambiente dos alunos nas salas de aulas, ensinar e avaliar o alcance dos objectivos e até controlar as turmas, é muito complicado por conta da superlotação que retira a qualidade do ensino e aprendizagem”.
Outro professor, que simplesmente identificou-se por Jesus e leciona na escola primária de Marrere, não esconde a sua preocupação e desafios enfrentados, “como profissional aproveito a ocasião para pedir ao governo que envide esforços no aumento de salas de aula para que como professores possamos trabalhar a vontade. Também gostaríamos que houvesse redução dos alunos em cada turma, pois se formos verificar nos estabelecimentos privados o número de alunos é reduzido e o professor circula normalmente nas salas de aula com vista a garantir a ordem e o bem-estar dos seus alunos”.
Por outro lado, o Secretario Provincial da ONP em Nampula, André Janna, afirmou que “o rácio professor/aluno também é uma preocupação para além de outras questões que apoquentam os professores, neste momento nós temos uma média de 90 alunos por sala e algumas turmas temos mais de 150 alunos” lamentou.
No entanto, os professores consideram que como forma de solucionar a problemática que também deixa agastados pais e encarregados de educação e condiciona o aproveitamento pedagógico dos alunos, o governo de Moçambique deve apostar na construção de mais salas de aula e contratar muitos docentes. “Uma das saídas desta problemática, seria a construção das salas de aulas o ensino secundário geral e existência de escola secundária em cada bairro e enquanto isso não acontece continuaremos com as dificuldades no processo de educação”, disse Nelson Joaquim Terra. (Nelsa Momade)