“Votou, sentou” em vias de materialização na cidade de Nampula

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Nampula (IKWELI) – Há escassos minutos do fim do processo de votação, os postos de estabelecidos em escolas e outros pontos começam a registar a presença de eleitores que já exerceram o seu voto, alegadamente para controlar o voto depositado na urna.

Esta tendência é a materialização do chamamento dos partidos políticos da oposição em relação a necessidade do controlo do voto, de forma a evitar a manipulação de resultados. A ideia, segundo apuramos, é fazer com que o “votou, sentou” desencoraje quem pretenda cometer fraude.

Na EPC de Mpuecha, por exemplo, parte significante dos eleitores não abandonou o local desde as primeiras horas do dia, mesmo depois de depositar o voto na runa.

Alguns eleitores entrevistados pelo Ikweli em Mpuecha prometeram não abandonar o local até a afixação dos editais.

“Mano, vamos estar aqui até a hora de contagem”, disse um dos eleitores, que quando o perguntamos se não tinha medo respostou: “Medo de o quê?”, e responde-se “se eu não roubei vou ter medo de o quê”.

Indivíduos com boletins de votos

Na escola primária e completa de Muahivire, nos arredores da cidade de Nampula, o Ikweli observou um indivíduo neutralizado na posse de 14 boletins de voto, todos pré-votados a favor do partido Frelimo.

Foram os eleitores que interpelaram o indivíduo em causa. “O senhor que foi pegue sempre vinha vigiando nas mesas de voto, de repente é aí que foi pegue com esses boletins de voto. Ninguém sabe quais eram as reais intenções com esses boletins”, contou um dos eleitores que flagrou o indivíduo em causa.

Mas há calmia em muitos pontos

Na escola secundária de Nampaco, os eleitores, nalgum momento, mostravam-se agastados com a morosidade e alguma desordem, alegadamente, provocada de forma intencional por certos MMV’s.

Para os eleitores, as 4 mesas de assembleia de voto ali instaladas são insuficientes, por isso há enchente até a última hora, mas também, os MMV’s andaram a facilitar os seus parentes e amigos que não estavam na fila.

Entre os delegados de candidatura, segundo anotamos na mesa nº 090280-01, havia um clima de paz e convivência sã.

Uma enchente invulgar e incomum observamos no campo do Matchedje, onde até pouco depois das 16h ainda tinha muitos eleitores pretendendo votar.

Os eleitores ali presentes apontam os MMV’s de, para além de serem morosos, priorizarem agentes das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, assim como da PRM.

“A gente está aqui há bastante tempo, ou seja, eu cheguei aqui perto das 08:20h, mas não estou sendo atendida. Não sei o que se passa”, comentou indignada uma eleitora.

No pavilhão dos desportos, também, notamos um ambiente calmo, ainda que as mesas de assembleia, praticamente, já não tinham eleitores. O mesmo cenário notamos na escola secundária Marcelo dos Santos, na zona de Namiepe.

Nas escolas primárias de Saua Saua e Nimwemwe, praticamente, até as 16:50 as mesas tinham encerrado, pois não tinha nenhum eleitor para exercer o seu direito.

Na escola 1 de Junho, no bairro de Murrapaniua, os eleitores não esconderam a sua satisfação quanto a actuação exemplar dos MMV’s, incluindo o bom relacionamento entre os delegados de candidatura.

Entretanto

A escassos minutos para o fim do processo eleitoral, o posto de votação montado na escola primária dos Belenenses registava uma enchente de eleitores que pretendem exercer o seu dever.

Alguns eleitores entrevistados pelo Ikweli denunciam morosidade, pois estes encontram-se no local desde o período da manhã, um exemplo concreto da mesa número 01 que continua a registar um fluxo considerável de eleitores.

Igualmente, observamos que o posto não dispõe de corrente elétrica para o processo de contagem, mas os MMV’s afirmaram ter candeeiros para iluminar o processo.

O mesmo cenário de enchentes regista-se na escola secundária de Nappipine, onde até depois das 17h30 havia filas com mais de três dezenas de eleitores.

Na Escola Primária do 1 e 2 de Namicopo, eleitores ainda chegavam logo depois das 17h45, cenário diferente do que observamos em Niarro, onde praticamente não tinha nenhum eleitor. (Ikweli)

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