Enquanto isso, um delegado da Frelimo foi flagrado com 3 boletins de voto
Nampula (IKWELI) – Um delegado de candidatura do partido Renamo afecto a Mesa de Assembleia de Voto n° 0900289-05 no município da cidade de Nampula foi detido na posse de dois cartões de eleitores, um dos quais falso.
Segundo contaram fontes do Ikweli, António Selemane Tesoura foi recolhido, imediatamente, para os calabouços, deixando o seu lugar, na Mesa em que tinha a obrigação de representar o seu partido, a descoberto.
Enquanto isso, um outro delegado de candidatura, desta vez do partido Frelimo, doi detido em flagrante na posse de 3 boletins de votos na assembleia de voto número 090231- 01, instalada no Instituto de Formação de Professores de Nampula (IFP).
Este indivíduo, segundo apuramos, queria aproveitar-se da prioridade cedida aos delegados de candidaturas para introduzir mais do que um voto que a lei o permite.
Lito Lopes, delegado do partido RENAMO, disse que este outro delegado vinha com boletim de votos no bolso e o presidente é que tinha tirado três boletins de voto para o mesmo.
Célia António, do partido Nova Democracia (ND), também, confirmou o cenário e disse que o jovem foi evacuado para o posto policial que fica nas imediações do IFP.
Segundo a delegada de candidatura do AMUSI, Helena Maurício, este é o primeiro caso que se regista na mesa em referência.
No posto policial em causa, o Ikweli apurou que o indivíduo se encontra sob custódia, aguardando os trâmites subsequentes.
No entanto, no posto de votação localizado na Escola Parque Popular, na cidade de Nampula, onde funcionam seis (6) Assembleias de Voto, verificou-se uma ligeira confusão. Os eleitores queixavam-se de estarem a ser privilegiados os funcionários do Estado e também a entrada para votação funcionar por via de uma senha.
Uma confusão foi gerada e alguns agentes da PRM que se encontravam parados na porta de entrada mexeram-se, justificando que era para apaziguar os ânimos dos eleitores.
Aliás, segundo apurou Ikweli, até agentes do SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal) encontravam-se no local de votação na porta de entrada de uma das mesas de voto. Assistimos em uma das mesas na Escola Parque Popular, os trabalhos a decorrerem sob orientação dos membros do SERNIC. Isso está a acontecer em muitas assembleias de votação. A Polícia estava a interferir e havia muitos polícias parados nas portas.
Diferentemente das primeiras horas do dia, os idosos passaram a ser tratados com prioridade perto de 3h depois do início do processo.
Na EPC de Mutava-Rex, no posto administrativo de Namicopo, com pelo menos (8) assembleias de voto, os eleitores consideram que a prioridade de alguns membros do Estado inclusive militares e falta de observância da distância por parte dos membros da PRM, gerou morosidade no atendimento.
Por outro lado, os eleitores que ainda encontravam-se na bicha para exercer o seu direito, entendiam que a prioridade dos agentes de aparelho do Estado é praticada quase em todos postos de votação, acção preocupante nos olhos de alguns eleitores, mas o processo acontece em um ambiente caracterizado por segurança e tranquilidade pública.
No entanto, o presidente da Assembleia de Voto nº 090228-04 e sem avançar a sua identidade, afirmou que mais de oitocentos (800) eleitores tinham exercido o seu direito, até pelos menos perto das 10 horas.
Mau atendimento e ausência da PRM
Os eleitores da Assembleia de voto 090249-01, na EPC de Teacane, queixavam-se de suposto mau atendimento e falta de agentes da Polícia da República de Moçambique, no sentido de velar o ambiente.
Alguns eleitores entrevistados revelaram pelo Ikweli disseram que os membros das mesas não obedeciam a fila, sendo que as pessoas da terceira idade e mulheres grávidas não eram priorizadas.
Murrapaniua continua calma
As quatro (4) Assembleias de voto instaladas na Escola Primária Completa de Murrapaniua-2, até perto das 11h registavam um ambiente calmo e ordeiro.
Segundo notou nossa reportagem, Murrapaniua é uma das escolas da zona periféricas a nível da autarquia de Nampula que até ao momento não criou barulho desde as primeiras horas do início das actividades de votação.
Entretanto, os eleitores que estão naquele local para exercer o seu direito de voto mostrassem preocupados com os agentes da PRM, os quais não mantém a distância como a lei eleitoral indica de pelo menos 300 metros.
O Ikweli notou uma aproximação da polícia numa distância de menos 200 metros, acto este que é contrário a lei eleitoral.
Há morosidade na 1 de Janeiro
Com sete (7) mesas, o posto de votação na EPC 1 de Janeiro, no município da cidade de Nampula, os eleitores das mesas número 02 e 04 reclamam da morosidade dos MMV’S, obrigando deste modo a intervenção da PRM, mesmo com um número de eleitores baixo.
Por sua vez, no posto de votação montado na escola de Maparra, a mesa n° 05 terminou com o processo de votação, ou seja, os membros da mesa de voto já não têm eleitores para votar.
A nossa equipe tentou conversar com o presidente de mesa n° 5, entretanto este disse não ter autorização para falar a imprensa.
Enquanto uns já se encontram sem eleitores, outras mesas ainda no mesmo posto registam enchentes dos eleitores, os mesmos queixam-se de morosidade e atendimento somente de supostos amigos e familiares dos MMV’s desde que arrancou o processo.
Na escola de Mpuecha, o cenário é também de morosidade, tal como observamos na assembleia de noto 0901920-01, onde eleitores que chegaram as 4h da manhã ainda não conseguiram votar.
Impedimento do trabalho
No posto de votação montado na escola da barragem onde conta com nove mesas, a equipe de reportagem do Ikweli foi impedida de fazer o seu trabalho na mesa número 07, alegadamente porque a credencial não continha assinatura do Comissão Nacional de Eleições, mas sim do director provincial do STAE de Nampula.
Um outro ponto, ainda no mesmo posto, enquanto algumas mesas se encontravam sem eleitores na mesma mesa onde o jornalista foi impedido de fazer o seu trabalho havia um eleitor que não faz parte dos MMV’s a recolher os cartões dos outros eleitores, segundo ele, o fazia para ajudar o escrutinador que anotava os nomes. Uma situação que deixou a população inconformada, justificando que apenas recolhem cartões de pessoas que não estão a cumprir com a fila. (Ikweli)