Nampula: Órgãos eleitorais apelam para não adesão à campanha “votou, sentou”

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Nampula (IKWELI) – Os partidos políticos da oposição em Moçambique têm estado a mobilizar os seus membros para aderirem a uma campanha denominada “votou, sentou”, no sentido de, como dizem, controlar o seu voto para evitar a manipulação dos resultados diante das desconfianças sobre como está a ser gerido o processo pelos órgãos de administração eleitoral sob influência do partido no poder.

A campanha está a ganhar espaço nas principais cidades onde se espera que as eleições sejam renhidas, nomeadamente as cidades de Nampula, Quelimane, Beira e inclusive algumas vilas municipais do país.

Entretanto está quinta-feira, durante uma conferência de imprensa, o presidente da Comissão Provincial de Eleições (CPE), Daniel Ramos, apelou para a não adesão à campanha “votou, sentou”, alegando que constitui intimidação às pessoas para não irem votar, e alertou para que não deve haver perturbação.

“Não queremos perturbação, a lei diz que todo o cidadão depois de votar deve esperar pelos resultados em casa, os órgãos eleitorais vão anunciando a medida em que os apuramentos estiverem a ser realizados, e nós como os órgãos eleitorais vamos divulgando através dos nossos presidentes de mesa”, disse a fonte.

Ramos deu a conhecer que os órgãos eleitorais já sentaram com os partidos políticos, através de mandatários dos partidos políticos, no sentido de desencorajar a permanência nos locais de votação. “Agora, se aparece alguém a informar os eleitores a permanecer no local de votação, estamos a pensar que há um problema e não é o que está acordado com os partidos políticos”.

Lázaro Mabunda, editor do boletim CIP eleições, organização que compõe o consórcio eleitoral “Mais integridade”, disse que duvida que essa proibição venha surtir efeitos, uma vez que os representantes dos partidos políticos desconfiam dos órgãos eleitorais. “Votou, sentou, provavelmente vai funcionar, se não funcionar não há dúvida que estará em causa à integridade, a transparência do processo eleitoral, porque o votou, sentou surge por causa da ausência da manipulação, o enchimento das urnas. Não há dúvida que o votou, sentou tem resultado na Beira, Quelimane e em Nampula a eleição do Vahanle resultou do votou, sentou e do falecimento Amurane”, disse Manuel Mabunda.

Importa referir que para as eleições autárquicas do dia 11 de Outubro a província de Nampula vai contratar com cerca de 6600 membros de mesa de voto vindo das três principais forças políticas do país a Frelimo, Renamo e o MDM, outros contratos por concurso público que serão espalhados em 947 mesas que vão funcionar em 168 assembleias de voto, quase todas nos estabelecimentos de ensino.

O diretor provincial do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), em Nampula, Luís Cavalo, garantiu que estão criadas condições técnicas para a votação, mesmo que haja chuva e corte de energia elétrica.

Importa referir que para estas eleições, o STAE em Nampula diz que já credenciou, até ao momento, mais de 2000 observadores e mais de 300 jornalistas. (Adina Sualehe)

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