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No mandato prestes a findar: Renamo cumpriu em mais de 70% do seu manifesto na cidade de Nampula

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Nampula (IKWELI) – O Conselho Municipal da cidade de Nampula, actualmente dirigido pelo partido Renamo, apresentou o relatório de actividades referentes ao período de 2019/2023, durante a quinta e última Sessão Ordinária da Assembleia Municipal que teve lugar na última segunda-feira (11).

No referido documento, a edilidade chefiada por Paulo Vahanle referencia o facto de ter conseguido cumprir com as actividades programadas para este mandato em mais de 70%, tendo justificado o não cumprimento, em 100%, com a eclosão da pandemia da covid-19 que, praticamente, paralisou quase a economia nacional e internacional.

Por outro lado, o relatório do Conselho Municipal da cidade de Nampula aponta a inviabilização de vária ordem, desde a demora no desembolso de fundos por parte do Governo Central, bem como o facto de existirem alguns agentes económicos que operam naquela considerada terceira maior cidade de Moçambique que não têm honrado os seus compromissos fiscais.

Das acções concretizadas, o governo de Paulo Vahanle voltou a destacar a pavimentação de estradas, num total de 16 espalhadas em alguns bairros da urbe, construção de pontes, para além de ter-se notabilizado na aquisição de equipamentos e máquinas para remoção de resíduos sólidos na autarquia.

“Não é uma questão nova, não precisa desvendar mistérios, é mais arrolar aquilo que nós fizemos durante este mandato, desde as vias de acesso, as pontes, abastecimento de água, trabalhos de responsabilidade social, na educação, na saúde, também fizemos menção da limpeza da nossa cidade”, começou por dizer Paulo Vahanle, Presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula.

“Não deixamos de mencionar as grandes dificuldades que tivemos ao longo do mandato. Desde a colecta de receitas, o desembolso de valores por parte do Governo Central. Também as dificuldades que tivemos, alguns doadores em determinado momento queriam dar-nos uma mão e que isso não correu devidamente. Há bem pouco tempo tivemos o caso do fundo para habitação da nossa cidade, só que este projecto não correu bem em 2020, passou para 2021, depois para 2022, era com este fundo que estava contemplada a construção de raiz da estrada que dá acesso a Mucuache, mas houve, na nossa óptica, sabotagem. O  fundo é uma doação do Banco Mundial e neste momento está a ser gerido pelo fundo de habitação do Ministério de Obras Públicas e Habitação”, prosseguiu o autarca de Nampula.

“Apesar de tudo isso, fazendo uma avaliação, como os munícipes poderão ver, a prestação de serviços por parte do Conselho Municipal e do edil Paulo Vahanle, surpreendeu as expectativas, porque julgava-se que nós não seriamos capazes de demonstrar ou de fazermos uma diferença positiva nesta autarquia, é por essa razão que passado algum tempo começamos a ver essas inviabilizações, mas estamos gratos e satisfeitos pelo mandato prestes a terminar “, precisou Paulo Vahanle.

O relatório das actividades de Paulo Vahanle não convenceu a bancada do partido Frelimo na Assembleia Municipal da Cidade de Nampula, pelo que pautou por não aprovar, por considerar que o mesmo não espelha a verdade, para além de que não foi elaborado com base na lei.

“Para a bancada da Frelimo, não seria nesse momento ou este relatório do fim do mandato que haveria de aprovar, porque todos relatórios que a governação da Renamo apresentou na Assembleia nunca foi consensual”, referiu Beto Mangassua, chefe da bancada da Frelimo na Assembleia Municipal de Nampula.

“É uma cópia de cada ano, todas acções e não realizáveis. O que se apresentou hoje como relatório do mandato é um fiasco. Para quem sabe ler e viu a cidade de Nampula como progrediu, como viveu nos momentos da governação da Renamo, foi um fiasco, um autêntico balde de água fria. Essas ruas asfaltadas ou pavimentadas que eles falam, vamos lá visitar hoje, já estão escavadas, tem covas e quando chove o que será? Vai ser um desastre. Portanto, a lei que manda elaborar o relatório do fim de mandato tem critérios e nenhum foi seguido. A matriz está clara para seguir e fazer um resumo das realizações, que era para se ver o que se fez concretamente em cada etapa e isso não ser apresentado neste relatório de fim de mandato”, acrescentou Mangassua.

“Se os nossos analistas, lá onde vão esses relatórios que hoje foi aprovado pela bancada da Renamo, seguir a matriz, todos os critérios como manda a lei, será chumbado”, opinou o político.

Com o MDM ausente, o relatório em causa foi aprovado pela Renamo, bancada maioritária naquele órgão fiscalizador.

“Nós da Renamo aprovamos este relatório porque espelha tudo que foram as realizações deste governo. Nós como a Renamo testemunhamos, primeiro através do manifesto eleitoral. A Renamo tinha feito um manifesto do que iria fazer para os munícipes da cidade de Nampula. Durante o mandato, a Renamo fez os seus mais de 70%”. Não chegar aos 100% deveu-se a pandemia que tivemos aqui, o coronavírus, retardou muito o que iria fazer-se para alcançar os 100%, mas por ser um compromisso que a Renamo tinha feito com o povo, acabou fazendo aquilo que acabamos de ver”, entende Salimo Agostinho, chefe de bancada da Renamo.

“Vimos naquele relatório estradas feitas pela Renamo, pavimentadas, pontes feitas,  maquinarias adquiridas para o bom funcionamento do governo municipal, coisas que o município de Nampula não tinha. Então, isto valeu a pena para aprovarmos este relatório. O munícipe de Nampula é testemunha do que a Renamo fez nesta autarquia”, acrescentou a fonte. (Constantino Henriques)