Angoche (IKWELI) – Foi em plena cerimónia de lançamento da primeira pedra para a reabilitação e asfaltagem da estrada nacional número 104, no troço entre Angoche e Nametil, província de Nampula, que tiveram lugar nesta quarta-feira (6), na cidade de Angoche, em que dois sheiks locais dirigiram-se ao pódio para procederem com a oração de bênção do evento, levando consigo o cascol do Partido Frelimo no pescoço.
O comportamento daqueles sheiks, aparentemente, não agradou a Filipe Nyusi, Presidente da República, mesmo sendo timoneiro da Frelimo, partido no poder em Moçambique, a cerimónia era estatal.
O que sucedeu, o próprio Presidente é quem teve a iniciativa de tirar o cascol que pesava sobre o pescoço daqueles religiosos para momentos depois, prosseguir com a reza. Pode tratar-se de um ensinamento de separação dos momentos, entre políticos, estatais, assim como religiosos.
“Será que a menina vai ganhar aqui?” – questiona Nyusi aos sheiks
Apesar disso, os sheiks ofereceram ao Presidente da República um traje tipicamente muçulmano, com destaque para um cofio e uma túnica. Foi com aquele cofio na cabeça que o Presidente da República orientou a cerimónia de lançamento da primeira pedra para a reabilitação e asfaltagem da estrada Angoche – Nametil.
Aliás, apesar de ter retirado o cascol, em conversa com os religiosos, o Presidente da República aproveitou o momento para perguntá-los se a cabeça-de-lista e candidata a Presidente do Conselho Autárquico de Angoche, pelo partido Frelimo, iria ganhar as eleições de 11 de Outubro do ano em curso ou não, pelo que a resposta foi de certa forma encorajadora. Tendo os pedido a continuarem a trabalhar para garantir a vitória da sua agremiação política.
Aliás, no campo municipal de Angoche, vezes sem conta o Presidente da República frisou a necessidade de Angoche pautar pela mudança para garantir a boa organização da urbe.
Para além daqueles líderes religiosos, a cerimónia de lançamento da primeira pedra para a construção da estrada Angoche – Nametil foi inundada pelos membros e simpatizantes da Frelimo, que estavam vestidos com as cores e símbolos do partido no poder, e que cantavam cânticos de exaltação a Frelimo, para além da mensagem de esperança no resgate do município actualmente dirigido pela Renamo. (Constantino Henriques, em Angoche)