Nampula (IKWELI) – É certo que depois da tempestade, vem a bonança, mas na cidade de Nampula este velho adagio popular fica substituído pela inovação expressiva: “Depois da poeira, ressurgem os buracos”.
Quis o conselho autárquico da cidade de Nampula, maior centro urbano do norte de Moçambique, aliviar o sofrimento dos seus munícipes nas artérias da urbe. Para o efeito, ruas e avenidas que se encontravam, altamente, esburacadas, foram tapadas com areia, incluindo saibro.
Os entendidos na matéria já aconselhavam que a prática não é recomendável, tanto é que previam que uma pequena precipitação atmosférica jogaria ao avesso este esforço e recursos despendidos.
Foram dias em que homens e mulheres, descarregados em tractores, juntamente com areia e algumas pás, procuravam minimizar o sofrimento e garantir a mínima transitabilidade rodoviária na urbe, e como tal devolver a mobilidade urbana.
Nas últimas 48h, parece que Deus não “cooperou” com a “burla” que estava sendo imposta aos citadinos desta autarquia, que, em Outubro próximo, terá de eleger novos dirigentes.
Alguns pontos da cidade, senão a maioria, viram a areia colocada nos buracos escorrerem com a pequena água dos chuviscos que se fizeram sentir na cidade. Em outras zonas a areia se transformou em matope, comprometendo ainda mais a higiene das pessoas.
“Como não estava a chover, achávamos que com essa areia estava tudo bem, mas a chuva veio nos mostrar que estávamos errados”, disse um automobilista que opera na rota Muahivire-Expansão/Subestação, comentando ainda que “o município deve começar a levar a sério o seu trabalho, porque assim não fica bem”.
Um operador de táxi de mota referiu que “antes passávamos mal com a poeira, mas agora o matope pode nos levar a fazer acidente com muita facilidade”.
“Eu não condeno ao presidente do município, porque ele faz de tudo para termos uma boa cidade, mas parece que lá, no grupo dele, estão a lhe sabotar. Não faz sentido que aqueles engenheiros que trabalham ali na direção de Manutenção e Obras não saibam que aquela não é areia para colocar numa estrada alcatroada porque só tem buracos”, comenta Jacinto Ibraimo, munícipe que reside na zona de Muhala Expansão.
A rua que passa pelo mercado 25 de Junho, também conhecido por mercado do Matadouro, ficou, praticamente, com as bermas lamacentas, complicando ainda mais a circulação de pessoas e bens.
O mesmo cenário observa-se nas avenidas 25 de Setembro e Eduardo Mondlane, incluindo a rua que passa em frente a residência do autarca Paulo Vahanle, a rua Filipe Samuel Magaia (também conhecida por rua das Flores) e a rua da cidade de Moçambique. (Redação)