Ilha de Moçambique (IKWELI) – Os moradores da Ilha de Moçambique, primeira capital do país, localizada na província de Nampula, estão a fazer escavações ao longo da orla da praia para, alegadamente, para encontrar missangas que, provavelmente, terão sido deixadas na era colonial.
A história dá conta que a Ilha de Moçambique foi o principal entreposto comercial na durante os últimos tempos, onde para além de abastecimento de mantimentos e centro de reparação das embarcações a caminho da Índia, eram comercializados produtos de alto valor da época e dos dias actuais, com destaque para têxteis, especiarias, ouro bem como o marfim.
De acordo com essas informações, aliado aos índices de desemprego que continuam preocupantes um pouco por toda a província de Nampula, e o país de maneira geral, os residentes da Ilha de Moçambique optaram por avançar com as escavações naquela cidade histórica, à procura das melhores condições de vida, por acreditaram que muitos objectos feitos à base de ouro, por exemplo, podem estar enterrados nas profundezas das praias ali existentes.
As referidas escavações estão a verificar-se há seis meses, segundo as autoridades governamentais locais, e acontecem numa altura em que a Ilha de Moçambique está cada vez mais ameaçada pela erosão pelo que a prática dos nativos pode acelerar ainda mais a destruição da Ilha, Património Cultural da Humanidade.
“A situação continua preocupante”, disser Momade Amisse Ali, administrador da Ilha de Moçambique, referindo-se a erosão que fustiga a primeira capital moçambicana. “Temos estado a envidar esforços para combater a erosão, mas também temos um fenómeno estranho que estamos agora a tentar combater com as autoridades policiais, mas também da edilidade, que tem a ver com escavações na orla da praia”, fez saber a fonte.
“As pessoas cavam porque dizem que estão à procura de missangas, com isso vão cavando a praia e isso é um risco para os banhistas, portanto podem encontrar um sítio que depois cria um acidente. Portanto, para além da erosão natural temos esse fenómeno que paulatinamente vamos tentando colmatar, sobretudo com o envolvimento das autoridades policiais e da edilidade”, disse a fonte.
“O fenómeno começou a verificar-se algum tempo atrás, estamos a falar há cerca de seis meses. Já tínhamos conseguido estancar, mas vão retomando cada vez mais. O que temos que fazer é melhorar a fiscalização das praias para desencorajar essa prática”, precisou Momade Amisse Ali.
A Ilha de Moçambique continua sendo o principal destino turístico da província de Nampula particularmente, e do país de maneira geral. Pelo que manter a Ilha conservada é garantir a dinamização da economia local.
O Administrador da Ilha de Moçambique recordou, recentemente, que por exemplo na quadra festiva e de transição de ano de 2022 para 2023, “tivemos boas indicações, só na quadra festiva tivemos mais de 300 mil. O sector hoteleiro e das actividades económicas tiveram um bom desempenho. Mais do que isso, a bem pouco tempo realizamos a segunda edição do festival Macuti que, também, veio dar sinal de que estamos a valorizar o sector do turismo. Para nós o importante agora é continuar. Para nós o mais importante agora é continuar a ser esse povo hospitaleiro, mas, sobretudo, a cuidar daquilo que é o bem mais importante que as pessoas procuram. Realmente estamos a falar das nossas praias, estamos a falar também da nossa gastronomia, da nossa recepção. Então, temos bons indicadores”, referiu o timoneiro da Ilha de Moçambique. (Constantino Henriques)