Nampula (IKWELI) – Os bairros periféricos e mais antigos da cidade de Nampula, no norte de Moçambique, enfrentam situações críticas de urbanização, sendo que parte das ruas que tinham sido projectadas foram fechadas com a construção de casas e outro tipo de infra-estruturas de particulares.
A unidade comunal 1⁰ de Maio, no bairro de Mutauanha, é exemplo disso. A olho nu são ainda visíveis os espaços que tinham sido reservados para vias de acesso, mas com a demanda e o êxodo rural os mesmos foram “assaltados” com moradias.
O fenómeno não é novo e remota antes das municipalizações no país, tanto é que os governos que tem gerido a cidade desde 1999 não conseguem resolver o problema.
Aniceto Armando, morador de 1⁰ de Maio, reconhece que construções desordenadas bloquearam as vias de acesso. “Neste quintal entrava viatura”, aponta a fonte nos mostrando a sua casa, e mais tarde comenta que “actualmente alguns munícipes querem construir a sua residência em qualquer espaço, sem deixar uma rua para garantir circulação dos outros que têm algum tipo de viatura”.
“Agora é notória a existência de pessoas que praticam o roubo do espaço que é reservado para arruamento”, narra Armando que aponta a edilidade local de pouco fazer para reverter o cenário.
Uma outra fonte aponta que “ao nível da cidade temos muitos bairros sem arruamento e as pessoas que ficam doentes para chegarem aos centros de saúde têm passado por um grande martírio, enquanto para nós aqui temos dificuldades no acesso as zonas por conta de falta de arruamento”.
Ainda os munícipes residentes na unidade comunal 1⁰ de Maio no bairro de Mutauanha, entendem quem a falta de arruamento, também, concorre para a falta de remoção de lixo em diversos bairros.
Felismina Alberto, outra moradora daquela circunscrição, afirma que “temos várias casas desorganizadas”, tanto é que “jovens de má-fé aproveitam da ocasião para praticar o roubo, o que compromete muito o bairro”.
Na mesma senda, o secretário da unidade comunal 1⁰ de Maio, Mário Atumane, disse que “temos problemas de lixo que não está sendo removido por, alegadamente, a falta de arruamento em alguns pontos da zona e pedimos que o edil cumpra com as suas promessas feitas durante a campanha eleitoral passada”. (Nelsa Momade