Nampula (IKWELI) – Alguns pacientes que procuram serviços de saúde no Hospital Central de Nampula, maior unidade sanitária da região norte de Moçambique, consideram legítima a terceira greve que está a ser levada a cabo pelos médicos a escala nacional desde o dia 10 do corrente mês.
Os pacientes reagem, a paralisação das actividades da classe que terá a duração de 21 dias prorrogáveis, considerando que o governo pouco se importa com a saúde dos moçambicanos, por isso não atende as inquietações dos médicos desde a primeira greve que remota de 2013.
Nilza Pedro disse ao Ikweli que o atendimento é lento, pois chegou a pediatria do HCN, com o seu filho de sete anos, quando eram 05:00horas, para receber um atendimento. Entretanto, “já são 10 horas e o meu filho ainda não foi atendido. Hoje está um caos, e isso deve-se a greve dos médicos que no meu entender eles têm razão, na minha opinião o governo devia sentar e conversar se é questão de dinheiro resolvam, porque nós é que estamos a sair prejudicados nisso tudo”, lamentou.
Quem, também, denunciou morosidade no atendimento, apesar de haver assistência de médicos militares, é Dalila, que apela ao governo para resolver a situação dos profissionais de saúde.
“A saúde é muito importante, nada podemos fazer sem a saúde. Então é melhor verificarem a situação para que eles possam ter motivação de trabalho. Pois a greve é extremamente legitima, porque eles recebiam mais e agora estão a receber menos e não tem como trabalhar”, afirmou.
João Miguel, outro paciente, disse que os médicos têm razão e aconselha ao governo a minimizar as preocupações da classe médica. “Para eles fazerem essa greve é porque existe algo que estão a sentir. Não é normal o que está a acontecer nesse país, parece que o governo não se importa com os doentes”, afirmou.
Cecília Chumbo, paciente encontrada no Banco de Socorros, disse que o atendimento não está pior porque médicos militares estão no local para ajudar. “O governo deve honrar com os compromissos, porque quando não o fazem, colocam em causa aquilo que é a saúde da população, nós não temos dinheiro para recorrer as clínicas, isso é um serviço público. Essa situação faz-nos perceber que o governo não se importa connosco”.
O HCN continua indisponível para se pronunciar sobre o assunto. Importa lembrar que a terceira paralisação é justificada pelos cortes salariais com aplicação da nova tabela salarial, falta de pagamento de horas extras, entre outros. (Ângela da Fonseca)