Nampula (IKWELI) – Um agente da Polícia da República de Moçambique (P.R.M) perdeu a sua arma de fogo do tipo AK47, em pleno conflito com a sua vizinha na unidade comunal de Piloto, bairro de Mutauanha, nos arredores da cidade de Nampula. O instrumento de trabalho do agente foi depois recolhido por um menor de 15 anos de idade e entregue ao posto policial da FAINA, área de tutela da 1ª Esquerda da polícia.
O acto ocorreu na tarde deste domingo (11), na zona residencial em referência onde, segundo testemunhas, o agente da polícia agiu em defesa da sua esposa, que de forma recorrente tem sido vítima de ofensas pelos vizinhos, sobretudo mulheres, supostas alegações que acontecem na ausência do membro da Polícia de Protecção.
Informações colhidas pelo Ikweli indicam que quando o agente da polícia regressou do trabalho, a sua esposa o informou que discutiu com a vizinha por questões de fofocas entre mulheres do bairro. E para resolver o problema, o marido foi em busca da vizinha que a encontrou numa sentada e partiu para actos de pancadaria.
Em consequência desta agressão, a vítima contraiu ferimentos e inchaço no rosto. O agente arrastou a vítima até a sua residência e porque houve intervenção de vizinhos para amainar os ânimos, o agente trouxe a arma de fogo tendo disparado mais de cinco munições na posição horizontal, tal como conta a filha da cidadã espancada pelo polícia.
“Quando aquele senhor encontrou minha mãe começou a espancar, porradas e socos no rosto e arrastou ela do sítio onde estava com as amigas para aqui em casa. Ao chegar aqui, e quando nós os filhos intervimos, o polícia foi buscar arma grande e começou a disparar. Nessa altura minha mãe estava a sangrar e, durante a luta, o polícia deixou cair a arma e meu irmão apanhou e foi entregar no posto da FAINA”, contou Fânia Lino, filha da vizinha espancada.
No local, tomamos conhecimento que o menino de apenas 15 anos apanhou a arma e levou ao posto da polícia com ajuda de um vizinho do bairro, fazendo-se transportar numa motorizada.
Igualmente, não é a primeira vez que o indiciado cria pânico no bairro e agride vizinhos, sobretudo mulheres. Recentemente espancou uma vizinha, também, sob alegação de estar a criar fofocas contra a sua esposa, por isso os moradores do bairro ressentem-se do comportamento do indiciado que age sob olhar impávido das autoridades.
Aliás, a respectiva esposa do indiciado e que se queixa de ofensas pelas vizinhas assume funções de chefia no bairro. Portanto, o membro da corporação para além de garantir ordem e tranquilidade públicas na zona, ameaça os seus vizinhos alegadamente porque goza de imunidade pelas influências que tem na P.R.M.
“Quando aquele senhor encontrou-me, a sua esposa disse, apontando-me, que eu era a pessoa que estava a procura. Daí começou a me bater brutalmente”, disse desesperada Paula José, a mulher espancada e que pede pela justiça para a reposição da sua integridade.
Sobre o assunto, contactámos o porta-voz do comando provincial da P.R.M, Zacarias Nacute, que disse não ser do seu conhecimento o caso. Contudo, garantiu averiguar os contornos. Ademais, após o sucedido e perceber que sua arma foi levada ao posto da FAINA, o agente da polícia indiciado de agressão física a sua vizinha foi se apresentar no posto, onde ficou detido. (Esmeraldo Boquisse)