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Líder do AMUSI “perde” interesse pela autarquia de Nampula

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O candidato presidencial do AMUSI para as eleicoes de 15 de Outubro proximo disse que esta a sofrer ameacas de morte, e disse que nao se pode ter o habito de matar pessoas como foi com o Amurane

Nampula (IKWELI) – O líder do partido Acção do Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, tenciona em não concorrer como cabeça-de-lista nas eleições municipais que terão lugar no próximo dia 11 de Outubro.

Mário Albino, carinhosamente tratado por Muquissince na praça, é uma das figuras emblemáticas na política moçambicana. Aliás, o seu percurso político não se resume apenas no AMUSI, pois antes provou as filosofias de outros partidos, como a Renamo, MDM, bem como ASSEMONA, onde ocupou cargos de realce, como de delegado político provincial.

A primeira aventura de Muquissince com AMUSI, partido por si fundado, foi em 2018 quando participou nas intercalares do município de Nampula na sequência da morte, por assassinato, do edil Mahamudo Amurane. Trata-se de uma participação em que ficou marcado pelo facto de os seus membros fazerem toda campanha eleitoral vestidos de sacos, por alegadamente em reivindicação do assassinato bárbaro de Amurane.

Nessa estreia, recorde-se, Mário Albino não teve votos suficientes para conduzir os destinos dos nampulenses, já que a aposta foi para Paulo Vahanle da Renamo.

Apesar de uma aparente não-aceitação dos locais, manifestada nas intercalares, Mário Albino não recuou pois no mesmo ano viria a concorrer nas VI eleições municipais, ainda para o município de Nampula, mas também os de Nampula não o votaram.

Para a surpresa de todos nacionais, Mário Albino atravessou as barreiras ao concorrer o cargo de Presidente da República, ao lado de Filipe Nyusi, Ossufo Momade e Daviz Simango, nas eleições gerais de 2019. Neste escrutínio, Muquissince foi o menos votado de entre os concorrentes.

No entanto, respondendo a uma questão do Ikweli se iria ou não concorrer como cabeça-de-lista do AMUSI nas autárquicas deste ano, Albino garantiu não ser sua intenção voltar a disputar o cargo de presidente do município de Nampula, para dar oportunidade a outros membros da agremiação, para além de garantir o melhor controlo da colectividade.

“O presidente não gostaria desta vez, que era para ter tempo de controlar o partido ao nível de outros círculos”, disse Mário Albino.

Questionado sobre quem serão os cabeças-de-lista do AMUSI na próxima corrida eleitoral assegurou que “existem candidatados a cabeças-de-lista que vão passar por um processo de purificação, por meio de conferências para o efeito. Na oportunidade o partido vai apresentar seus candidatos à cabeças-de-lista”.

Haverá redução de mandatos na Assembleia municipal de Nampula

Mário Albino recenseou-se nesta terça-feira (30) no posto de recenseamento instalado no Instituto Industrial e Comercial de Nampula. Falando a jornalistas, a fonte lamentou a persistência dos órgãos competentes em não prorrogar com o prazo de recenseamento eleitoral, mesmo perante aos casos que mancharam o processo.

O recenseamento eleitoral vai até o próximo dia de 3 de Junho, mas o que se constata é que muitas pessoas com idade eleitoral ainda não recensearam devido a morosidade do processo desde o seu início a 20 de Abril do ano em curso, daí que o líder do AMUSI é da opinião que o prazo do término fosse prorrogado para garantir que muitas pessoas sejam recenseadas.

Aliás, para Mário Albino, caso o recenseamento termine no próximo dia 3 de Junho e que muitos munícipes não sejam recenseados, pode implicar na redução do número de mandatos na Assembleia Municipal da Cidade de Nampula, por exemplo. Actualmente o órgão fiscalizador do município de Nampula é composto por 51 membros, dos quais 31 da Renamo, 17 da Frelimo e os restantes do MDM.

“Este é um processo com muitos problemas e só para testemunhar esta bicha toda está a acontecer há quatro dias do término do processo. Significa que os moçambicanos ainda precisam deste processo de recenseamento porque o dia 3 de Junho que se refere que seja o término não vai ajudar em nada para atender aquelas que são as recomendações de moçambicanos, munícipes sobretudo, poderem recensear”, referiu Mário Albino.

“Eles, insistindo encerrar no dia 3 de Junho, violam o direito do cidadão de participar neste processo, sabotam, portanto, a própria economia do país, doada por vezes pela comunidade internacional para este efeito, e acima de tudo é recusar a democracia. Por isso, aqui não há condições para se encerrar no dia 3 de Junho”, acrescentou.

“Encerrar este processo agora, os membros das assembleias municipais vão reduzir muito. Não só, as inscrições ditadas pelos órgãos do processo são de listas fantasmas, não de pessoas. Então, estamos a apelar mesmo para não encerrar no dia 3 de Junho”, precisou o líder do AMUSI. (Constantino Henriques)