ACAMO queixa-se de exclusão nos postos de recenseamento eleitoral em Nampula

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Nampula (IKWELI) – A associação dos Cegos e Amblíope de Moçambique (ACAMO), em Nampula, reclama a falta de acessibilidade e prioridade nos postos de recenseamento eleitoral por parte dos seus membros.

A reclamação veio do delegado provincial da agremiação, Afonso Lima, o qual afirma haverem brigadistas nospostos de recenseamento eleitoral que ignoram a prioridade que as pessoas com deficiência notória têm por direito. A título de exemplo, explica Afonso “eu recenseei no primeiro dia na escola primária de Mutauanha e fui me deparar com as escadas, houve uma grande barreira para eu entrar na mesa de recenseamento, isso é um grande problema para os deficientes, sobretudo os cegos, com deficiência física, incluindo os cadeirantes. Eu tive dificuldades como pessoa com deficiência visual, lá não há rampa e muito menos corrimão”.

Para Afonso, as dificuldades de acessibilidade são vistas em quase todos os postos de recenseamento, o que constitui uma grande dificuldade para os deficientes participarem no processo, daí que considera haver exclusão no processo.

“Nós sentimos que é uma exclusão, porque nós temos a prioridade de sermos primeiros ou então não demorarmos, mas quando chegamos nos locais de recenseamento é preciso ficar na bicha que está misturada com idosos, mulheres grávidas, pessoas com deficiência e aquelas pessoas normais”, disse Afonso Lima, que sugere que devia haver filas por grupos , porque, tal como afirma,   “os usuários de canadianas,  por exemplo, não conseguem ficar de pé por mais de três horas e lá demorasse muit, as vezes uma pessoas chega com uma deficiência e dizem volta amanhã e no dia seguinte não é priorizado, só chamam outras pessoas que são conhecidas, então nós temos essas dificuldades que são uma grande barreira”.

Para ultrapassar a situação e fazer com que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do processo, o delegado Provincial da ACAMO disse que através dos mídias querem sensibilizar a sociedade para que haja respeito dos direitos das pessoas com deficiência, com particular destaque nestes processos democráticos.

Entretanto, à porta-voz do Secretário Técnico de Administração Eleitoral (STAE), em Nampula, Josina Taipo, afirma que há condições para que todos os cidadãos moçambicanos sejam recenseados. “Quanto aos cidadãos portadores de deficiência, nós damos prioridade, igualmente as mulheres grávidas, os idosos.Então, o STAE e a CNE tiveram em atenção estes elementos para que estas pessoas tenham prioridade nas filas de recenseamento para que não fiquem muito tempo pela sua condição física”.

Josina disse ainda que os postos de recenseamento eleitoral são locais com acessibilidade, até porque se localizam nas escolas, “então se essas escolas são acessíveis às crianças, vamos ter as crianças como referência, estão preparadas também para acolher os nossos portadores com deficiência”.

Josina Taipo lançou apelos aos brigadistas para terem o lado humano no exercício das suas actividades. “Quando a pessoa vê que está diante a uma pessoa com alguma deficiência que não pode competir com uma pessoa sem deficiência, então nós devemos ajudar, pautar por priorizar essa pessoa com deficiência. Além de vir na lei, é também uma questão humana”, concluiu a fonte. (Adina Sualehe)

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