Nampula (IKWELI) – As mulheres da província de Nampula, no norte de Moçambique, vão beneficiar de ferramentas para fazer crescer seus negócios, através do programa denominado “Essência” com foco no empreendedorismo feminino lançado nesta terça-feira (25) e, está a ser implementado pela incubadora de negócios BNBC, uma empresa que estimula o espírito de negócio e acompanha o crescimento de pequenas empresas com o intuito de fazer sobreviver no mercado.
De acordo com a representante da incubadora BNBC, Gorete Nipuro, numa primeira fase, o programa irá igualmente dar oportunidade às mulheres do meio rural de quatro (04) distritos, nomeadamente, Ribáuè, Malema, Meconta e Mogovolas para que elas possam empreender e criar seus negócios “Numa primeira fase, por se tratar de um programa piloto, vamos trabalhar por um período de um ano que é para ver qual é que vai ser o resultado por elas alcançado”.
Nipuro disse que depois do programa abranger mulheres da província de Nampula, posteriormente BNBC vai trabalhar com as empreendedoras das províncias de Cabo Delgado e Niassa, ainda na região norte do país. “Basta ser mulher e ter iniciativa empreendedora, ter um pequeno empreendimento em qualquer área, nós iremos a procura delas que é para trazer a elas para o mercado”, explicou.
“Urge a necessidade de proteger os nomes das nossas marcas”
O representante do Instituto da Propriedade Industrial de Moçambique, José de Melo, explicou as mulheres empreendedoras presentes no lançamento a protegerem os nomes, logotipos e marcas das empresas que são criadas, por forma a ter visibilidade no mercado. “É importante perceber que não é só criar e colocar no mercado porque pode aparecer alguém de má-fé que ao invés de roubar o produto rouba a marca. Então se nós não protegemos essa marca, através do registo, corremos esse risco. E há muitas mulheres aqui que tem boutiques entre outros, então é preciso associar esta marca ao produto que é uma forma de valorizar este produto e dar maior visibilidade no mercado”.
De Melo avançou que para o registo da marca são necessários três mil e trinta e sete cêntimos onde por sua vez poderá garantir a protecção da marca por 10 anos “porque protegemos a nossa marca? Nós protegemos a nossa marca para que não haja uma usurpação ou uso ilícito sem autorização. Já recebemos várias denúncias sobre o uso de produtos pirateados ou contrafeitos usando uma marca que não os pertence, portanto se eu tenho um produto e não protejo o que é que vai acontecer, haverão réplicas e destas réplicas se esse indivíduo tiver conhecimento do instituto o que vai fazer é registar e o primeiro a registar acaba tendo o direito exclusivo do uso deste nome”.
A fonte revelou ao Ikweli que o Instituto já recebeu mais de seis casos de denúncia referentes a usurpação de uma marca. “Não posso aqui lançar as empresas ou as marcas, mas já recebemos muitas denúncias e demos o seguimento possível”.
Ermelinda Alves é mãe de cinco filhos e é vendedeira de rofadas e badjias há muitos anos. Ermelinda explicou que decidiu apostar no negócio para poder sustentar os seus filhos. Para ela a iniciativa da incubadora irá ajudá-la a crescer cada vez mais. Em poucas palavras aquela mãe disse que “eu sustento os meus filhos com este negócio. Mas com o apoio da incubadora vou tentar melhorar”, assegurou Ermelinda.
Por sua vez, Faida Omar, que já faz parte da incubadora há um ano, disse que vende roupa costurada por ela, há dois anos, “fazer parte da BNBC mudou muita coisa no meu negócio, pois hoje estou aqui a conhecer outras empresas e a ganhar mais parceiros e isso para mim é um sucesso. Então quero convidar a outras mulheres que estão em casa sem iniciativa se aproximar para que possam ter uma renda de sustento”.
Fátima Jorge é proprietária de uma microcrédito em Nampula e ajuda outras mulheres a ter dinheiro para abrir um negócio. “Fico feliz em fazer esse trabalho, principalmente para ajudar as mulheres que já sairão desse medo de contrair dívidas para abrir um negócio”, disse. (Ângela da Fonseca)