Nampula (IKWELI) – O partido Renamo acusou esta segunda-feira (24) ao partido Frelimo de estar a interferir no recenseamento eleitoral na província de Nampula, maior círculo eleitoral do país, com particular destaque na capital provincial.
Segundo o porta-voz provincial da Renamo, Ussufo Ulane, a perdiz recolheu das mãos dos brigadistas listas de membros daquele partido no poder e declarações de bairro falsificadas que serviriam para priorizar a inscrição de eleitores da Frelimo provenientes de distritos não municipalizados, em detrimento dos cidadãos locais com outra ou sem qualquer filiação partidária que esperam horas a fio para se recensear, mas não conseguem devido ao que chamou de “simulação de avaria de máquinas”.
Ussufo Ulane acusou a Frelimo durante uma conferência, sustentando as suas palavras com um documento contendo timbre do batuque e maçaroca, onde para o efeito afirmou que “as brigadas recebem listas provenientes dos partidos políticos, listas entregues por policiais, listas entregues por secretários dos bairros, listas essas que são usadas para fazer o recenseamento e que depois destas listas terminarem de ser usadas há simulação de avaria de máquinas”.
Aquele porta-voz da Renamo, referiu ainda que a Frelimo, pretende com isso garantir que o recenseamento continue a ser como foi desde o primeiro dia, um recenseamento selectivo e “recensear os membros da Frelimo devidamente reconhecidos para depois as máquinas avariarem e os membros da Renamo e outros partidos não poderão se recensear”, o que para eles, este método vai facilitar a sua vitória.
O partido Frelimo reagiu a acusação através do seu oficial de comunicação, Isaac Abdulrazaque Jamal, o qual referiu que as acusações são boatos para manchar o registo de cidadãos para este acto democrático.
“Infelizmente, a Renamo faz isso com o pressuposto de criar uma aparição política, uma vez que não tem conteúdo para poder apresentar. Tudo quanto alegam infelizmente não é possível, não é possível que com base na lista, com base em BI as pessoas façam o registo uma vez que o registo é presencial e biométrico o que pressupõe a presença física do indivíduo que está a ser registado”, disse Jamal.
Jamal afirma que as acusações da Renamo são um acto para terem aparecimento políticos. “Os brigadistas são funcionários exclusivamente da CNE é normal que no final do processo de recenseamento eleitoral estejam a organizar documentos, é que por via disso e com as enormes desconfianças, a Renamo cria todo esse aparato e mal dizeres para denigrir e desvalorizar às instituições do Estado que estão a tutelar e a organizar de forma correcta todo este processo de recenseamento que irá culminar com a grande festa em que o cidadão irá exercer o seu direito de voto”.
Para Isaac Jamal, a Renamo já está a sentir o cheiro da derrota, sobretudo na cidade de Nampula, no dia 11 de Outubro próximo.
Questionamos ao porta-voz do partido Frelimo sobre a avaliação do recenseamento eleitoral que desde o seu arranque vem sendo marcado por avarias de máquinas e falta de domínio dos brigadistas e ele disse que “é normal qua haja falta de domínio técnico das pessoas contratadas é isto é decorrente do facto do recenseamento estar na fase inicial. Vão ver que nas próximas semanas haverá maior capacidade e rapidez dos técnicos no domínio das máquinas”.
Contudo, ele concluiu que os aspectos que estão a ser vistos no início do processo são muito bons para que sejam reportados ao STAE e ao CNE para que eles possam corrigir a medida em que vão acontecendo. (Adina Sualehe)