Aumentam assaltos nas paragens da cidade Nampula

Nampula (IKWELI) – Os roubos na via publica da cidade de Nampula estão a ganhar contornos alarmantes nos últimos tempos, não obstante a presença e circulação de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM). Entre os bens mais procurados pelos assaltantes, que se aproveitam da aglomeração e agitação das pessoas que buscam o transporte ou mesmo que estejam a circular, estão os telemóveis, bolsas, acessórios de viaturas e até perucas e as mulheres, de todas as idades, são as principais vítimas.

Segundo apurou o Ikweli, paragens, as avenidas mais movimentadas na cidade, incluindo a praça dos heróis, as ruas adjacentes ao mercado central, a zona de Namicopo, concretamente rua da França, na estacão dos CFM (Caminhos de Ferros de Moçambique), na paragem do mercado grossista do Waresta, Hospital Central de Nampula (HCN), na Sipal, e na conhecida zona da Total, são os pontos mais críticos onde os malfeitores actuam em plena luz do dia, furtando bens e chegando mesmo a abordarem e ameaçarem as vitimas, antes de tirarem os bens que acham valiosos.

Conforme relatos de vítimas, os malfeitores identificam os alvos, seguem-nas milimetricamente disfarçados, entre multidão e na melhor oportunidade tiram os bens e, às vezes, sem que estas se apercebam e põem-se fuga. Noutros casos, os mais ousados chegam a abordar as vítimas, exigindo os bens sob ameaças de agressão.

De acordo com as vítimas, a hora da ponta (17/18h), em que muitos estão cansados e preocupados para tomarem transportes de regresso à casa, é o tempo mais propenso para o furto de bens, pois os malfeitores disfarçam-se entre os passageiros, fingindo ser angariadores de passageiros, vulgarmente conhecidos por biscateiros.

Celeste Fernando, de 26 anos de idade e estudante doo ensino superior, disse ao Ikweli que passavam das 16 horas quando regressa das aulas e foi assaltada na estação prestes a pegar transporte à casa. “Por duas vezes fui assaltada aqui na cidade. Na primeira vez fui ameaçada com uma faca, antes de me tirarem a mochila”, contou, prosseguindo a relatar que “perdi quase tudo, chorei como uma criança. Nesse dia acabava de levantar o valor para pagar mensalidade, fui assaltada perante o olhar impávido dos cidadãos que estavam ao meu lado, quando os assaltantes foram embora é que me vieram assistir”.

A outra vez que sofreu assalto, conta que foi na paragem do mercado central, quando lutava para apanhar o autocarro para seguir para avenida Paulo Samuel Kankhomba em direcção a Muhala Expansão. “Depois daquele dia, deixei de apanhar chapa-100 e agora só apanho táxi de mota ou mesmo vou de boleia para evitar”.

No presente já não se pode identificar quem é um simples cidadão ou malfeitor. É assim como a cidadã Atia Ibraimo disse ao nosso jornal, para se lembrar do assalto que sofreu na semana passada, o qual foi protagonizado por um jovem que fazia se passar por cobrador. “Assim que chegamos no entroncamento do Waresta, o cobrador pediu os passageiros a contribuição, entrei na minha sacola tirei o valor de 10,00Mt (dez meticais) e entreguei o cobrador, ao chegar no mercado grossista do Waresta desci e dei uns passos, algo despertou em mim, minha carteira não tinha, dali pedi algumas pessoas que estavam próximas de mim e ligarem para o meu número e o telefone estava nos calções do cobrador, juntamente com o valor de 2000,00Mt (dois mil meticais) e questionado alegou que tinha apanhado a carteira no chão”.

Engane-se quem pensa que os assaltantes que semeiam terror nas principais artérias da cidade de Nampula só furtam bens de mulheres. Octávio Eusébio, de 37 anos de idade, revelou que nas primeiras horas do dia 14 de Fevereiro do corrente ano fazia as sua compras, num centro comercial, deixou a sua viatura sob olhar de dois jovens que se faziam passar por limpador de carros e estes os roubaram. “Deixei os jovens a limparem o meu carro, fui fazer umas pequenas compras para meu filho, ao regresso encontrei a porta do meu carro fechado, como tinha deixado, mas lá dentro a carteira que continha documentos tinha sumido e um telefone, perguntei se alguém tinha visto alguma coisa, ninguém me respondeu, até que apareceram agentes da polícia que me aconselharam a ir no posto mais próximo”.

A Polícia não está a trabalhar?

O cidadão Firmone Chalapa, que admite haver muito efectivo policial nas ruas da cidade de Nampula, aponta que não há acção efectiva dos agentes. “Uma parte parece que esses policias colaboram com os malfeitores, por que ao invés de combaterem essa situação, ficam aí só a pedir refresco. Esses policias conhecem todos malfeitores de Namicopo”, acusou, sublinhando que “mesmo a gente queixar, eles não fazem nada e esses malfeitores cada vez quais continuam a desgraçar a vida da população. Polícia é o que temos demais aqui na cidade, mas os assaltos aumentam cada vez mais principalmente aqui em Namicopo”.

Os nossos entrevistados questionam o aumento policial nas ruas da cidade de Nampula, enquanto por outro lado, os assaltos a luz do dia ocorrem.

PRM promete trabalhar

Numa entrevista, o chefe do Departamento de Relações Públicas no comando provincial da PRM, em Nampula, Dércio Samuel, destacou que a polícia está a trabalhar no sentido de prevenir as ocorrências de roubos e assaltos nas vias públicas, mas para isso acontecer, efectivamente, apelas as vítimas a denunciarem nos postos mais próximos. (Atija Chá)

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