Mecubúri: População recorre a “passagem aérea” para se locomover e fugir de crocodilos

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Nampula (IKWELI) – A falta da ponte sobre o rio Mecubúri está a expor as vidas das populações do distrito com o mesmo nome, concretamente as que residem no bairro de Molipiha na vila sede distrital, na tentativa de estabelecer comunicação com outras povoações, bem como para ter acesso às zonas de produção.

Devido às intensas chuvas que se fazem sentir um pouco por toda província de Nampula, o caudal do rio Mecubúri aumentou consideravelmente, o que não permite aos residentes locais efectuar a travessia tal como sucedia no tempo seco.

Por isso, temendo a corrente da água, dos crocodilos, bem como para evitar que a presente campanha agrícola seja comprometida, a população de Molipiha garante a travessia através de um ramo da árvore que se situa numa das margens do rio.

Trata-se, na verdade, de uma travessia perigosa visto que, qualquer desequilíbrio, as pessoas que ali passam podem ser severamente atacadas pelos crocodilos, para além de serem arrastadas pela fúria das águas.

No local, é possível ver mulheres grávidas, mulheres carregadas de bebês e com a lenha na cabeça, crianças e idosos a atravessar mesmo ciente dos riscos que correm.

Aliás, foi através dos riscos que a população daquela circunscrição geográfica corre naquela “ponte aérea”, que o Administrador do distrito de Mecubúri, Pedro Muaievano, escalou o local na última quinta-feira (30) para sensibilizar as pessoas no sentido de abandonar a referida travessia.

“Esta travessia é perigosa. Por isso, o meu primeiro pedido é que esta semana que o caudal do rio aumentou não devemos atravessar aqui. Quem está na outra margem é melhor ficar lá e esperar que o caudal do rio reduza”, disse Orlando Pedro Muaievano, administrador de Mecubúri, quando dialogava com a população que atravessava o rio.

“Enquanto nós estudamos mecanismos em como este problema pode ser resolvido, neste preciso momento, ninguém pode atravessar nesta ponte aérea, ela é muito perigosa”, reiterou Muaievano.

Segundo apuramos, sobre o rio Mecubúri existe uma ponte, mas está muito distante da zona de Molipiha, razão pela qual os populares ali residentes optam por aquela via mortífera. “Viemos aqui para ver o que podemos fazer para minimizar este sofrimento”, precisou o governante.

Refira-se que, para desencorajar o desejo da população de atravessar o rio naquelas condições foi montada uma força de segurança no local. (Constantino Henriques)

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