Freddy destrói uma Zambézia já destruída

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Quelimane (IKWELI) – O ciclone tropical Freddy, que agora se transformou em uma depressão, não tem vindo a poupar a província da Zambézia, no centro de Moçambique.

Uma província com marcas de destruição da guerra ainda patentes e de sabotagem política, agora está mergulhada em águas decorrentes das chuvas deste magno evento climático extremos, desde o sul ao norte, incluindo o litoral e o interior.

De Macuse a Milange, os relatos e imagens que nos chegam são de bradar os seus. Uma destruição e/ou devastação total.

A fronteira terrestre colocada pelo homem para separar Moçambique de Malawi, pelo distrito de Milange, as águas trataram de destruir. A ponte sobre o rio Licungo mostra-se ameaçada e o seu caudal tende a galgar, colocando em situação de alertas as populações dos distritos de Mocuba, Maganja da Costa e Nante.

Serviços públicos e afins estão estremecidos. A cota gotas o fornecimento da energia eléctrica tende a se restabelecer, mas a transitabilidade rodoviária ainda vai exigir tempo para a sua reposição.

Nossas fontes em Milange contam que a situação é dramática. “Isto está mesmo mal. A estrada que vai a cadeia distrital está cortada”, com uma fonte que não quis se identificar.

“Eu acho que disso não vamos recuperar tão, porque a fúria do ciclone foi mesmo terrível”, afirma a professora Nádia Bartolomeu em exercício no distrito de Namacurra.

Na cidade de Quelimane, uma moradora do bairro de Mapiazua, comenta que “parece que a natureza quer levar a nossa cidade. Estou em casa e quase sem comida, muita coisa se estragou”.

Na zona do Torone Velho ficamos a saber, por via de um contacto, que “parecia que estávamos mortos, mesmo estando a respirar. Água e o vento trataram de nos tirar tudo. Na noite de sábado e nos dias subsequentes, sem energia e sem comunicação, parecíamos mortos vivos”.

No distrito de Mocuba, vem a memória dos residentes o incidente causado pelas chuvas de 2015, onde para além da interrupção do trânsito rodoviário entre o norte e o sul de Moçambique, também, deixou as escuras a parte norte da província da Zambézia e toda a região norte do país.

“Estamos com medo”, afirma Carina Jamal que vive próximo rio Licungo, avançando que “deixamos tudo nas mãos de Deus”.

 Jovens se engajam na “recuperação” da urbe

 Dezenas de jovens da cidade mobilizam-se para remover árvores caídas nas ruas e avenidas da cidade, em uma campanha orientada pelo autarca Manuel de Araújo.

A iniciativa visa facilitar a circulação de veículos e pedestres em meio aos transtornos causados pelo recente ciclone que atingiu a cidade.

Os jovens, oriundos de diversos bairros da cidade, trabalham em equipe para retirar as árvores que foram derrubadas pelo vento forte e chuvas intensas. A ação é importante para minimizar os riscos de acidentes e para garantir a segurança dos moradores.

O autarca da cidade, Manuel de Araújo, destacou que a remoção das árvores é uma medida urgente para a recuperação da cidade após o ciclone. Ele também enfatizou a importância do envolvimento da população nesse processo de reconstrução.

Os trabalhos de remoção das árvores continuam em toda a cidade, e a administração municipal está mobilizada para garantir que as operações sejam realizadas de forma segura e eficiente. A população também está sendo orientada a evitar circular nas áreas onde os trabalhos estão sendo realizados, a fim de garantir a segurança de todos. (Redação)

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