Doha (IKWELI) – O Primeiro-Ministro (PM) moçambicano, Adriano Maleiane, disse em Doha, capital do Qatar, que o país precisa de robustecer, com apoios, o Fundo de Gestão de Riscos, de forma a cumprir a sua função de mitigação dos efeitos dos desastres naturais que ciclicamente ocorrem no país.
Com efeito, segundo o governante, as Nações Unidas vão apoiar os esforços do país de angariação de 39 milhões de dólares para viabilizar o Fundo de Gestão de Riscos.
Falando a margem da participação do país na 5ª Conferência dos Países Menos Desenvolvidos (PMD’s), Maleiane disse que a delegação moçambicana manteve encontros temáticos e bilaterais para abordar os assuntos que colocam o país nesta lista dos 46 países que ainda lutam para a sua graduação para a classe de países de rendimento médio.
O governante anotou que do Programa de Acção de Istambul à adopção do Programa de Ação de Doha, muito foi feito pelos países, mas “há muita coisa ainda por fazer, porque dos 46 apenas temos 17 países que estão graduando”.
Maleiane assegurou que o Governo está a trabalhar na perspectiva de graduar o país da lista dos PMD’s. “Nós estamos a trabalhar nessa perspetiva e temos a nossa experiência que se baseia na nossa estratégia nacional de desenvolvimento 2015-2035”, disse a fonte, avançando que para a graduação do país está a se assegurar a criação de “condições para que cada moçambicano ou empresa possa ter espaço e condições para gerar o seu rendimento, porque só gerando rendimento é que pode se combater a pobreza individual”.
“Nós dissemos que estamos a usar a agricultura, que já vem na nossa Constituição, como um ponto de partida para melhorar o modelo de cadeia de Valor, acelerar a transformação da agricultura e também facilitar a industrialização”, explicou Maleiane.
Quem, também, falou com Maleiane em Doha é o presidente da Polónia, Andrzej Duda, na perspectiva de estreitamente das relações bilaterais.
“Por muitos anos não houve uma reunião em um nível político de alto nível. Assim, de alguma forma, estamos abrindo um novo capítulo em nossas relações com a Polônia, a África e a África Oriental. O leste e o sul da África são regiões muito importantes e gostaríamos de fortalecer nossa presença lá”, disse, a saída do encontro, Marcin Przydacz, Secretário de Estado e chefe do departamento de Política Internacional da Polônia, prosseguindo que “estamos reabrindo embaixadas, recentemente reabrimos várias embaixadas nesta região para buscar oportunidades, oportunidades de negócios e oportunidades de desenvolvimento para nossas duas nações. Assim, nossos líderes discutem, também, os desafios de segurança na África e na Europa. Dado que há uma guerra de agressão russa contra a Ucrânia e na Europa Central e Oriental, e há muitos efeitos negativos dessa guerra de agressão russa, tanto na Polónia como em Moçambique”.
Entre a Polônia e Moçambique não houve indicação de que tenha havido alguma concordância na cooperação económica, mas Przydacz anotou que “precisamos de alguma forma iniciar um bom diálogo político para iniciar uma cooperação concreta em todos os ramos. Tivemos o ministro da Agricultura aqui na nossa delegação. Então, é claro, a agricultura fazia parte da discussão. Somos um grande exportador de alimentos, mas também somos grandes importadores de vários artigos e alimentos que não são apenas produzidos na Europa. Então Moçambique pode ser um bom parceiro nesse aspecto no que diz respeito à maquinaria, ao equipamento, que é muito necessário. Nós temos nosso know-how na Polônia. Mudamos o sistema, o sistema agrícola dos anos 90, quando o comunismo caiu, para podermos compartilhar essa boa experiência. E também no que diz respeito à cooperação acadêmica entre as universidades, as bolsas poderiam ser oferecidas a quem estiver interessado em fortalecer essa cooperação. Então é basicamente isso. E ambos os líderes decidiram que, num futuro próximo, precisamos lançar uma reunião especial de um grupo de trabalho entre o governo de Moçambique e o governo da Polónia para encontrar esses campos de boa cooperação”. (Aunício da Silva, em Doha)