- Cerca de 12 anos que o Governo procura asfaltar 35 quilómetros de estrada
Nampula (IKWELI) – Ainda continua uma incógnita o fim do sofrimento por que passam os utentes da Estrada Nacional 13 (EN13) que ligas as províncias de Nampula e do Niassa, concretamente num troço de 35 quilómetros, entre a vila de Malema e a cidade de Cuamba.
As obras de reabilitação e asfaltagem da rodovia tiveram início há 11 anos, e estava subdivida em três lotes, destacando-se Nampula – Ribáuè, Ribáuè – Malema e Malema – Cuamba, com igual número de empreiteiros, destacando-se dois construtores chineses que ocuparam os dois primeiros lotes e uma construtora de capital portuguesa, a Gabriel Couto que teria ocupado o último, por sinal que se encontra inacabado e abandonado.
Dos 35 quilómetros, 14 estão localizados no lado de Nampula, concretamente depois da vila –sede de Malema em direcção ao posto administrativo de Mutuali, passando pelas povoações de Mucopo e Tui.
Neste momento, o troço encontra-se em avançado estado de degradação, o que dificulta, em grande medida, a circulação de pessoas e bens, agravada pelas chuvas que se fazem sentir um pouco por toda a província de Nampula e a circulação de camiões de grande tonelagem.
A título de exemplo, no domingo passado (19), pelo menos, dois camiões transportando mercadorias capotaram no mesmo troço, mas sem causar vítimas mortais, para além de tantos outros que ficaram atolados. Viaturas transportando grandes cargas, vezes sem conta, contraem acidentes naquele martírio troço.
No mesmo dia, a vice-ministra das Obras Públicas, Habitações e Recursos Hídricos, Cecília Chamutota, visitou mesma via de acesso e mostrou-se preocupada com o triste cenário que se vive na zona não asfaltada.
Na ocasião, Chamutota fez saber que os estudos de engenharia estão em curso com vista ao arranque das obras de conclusão de asfaltagem da via, mas não especificou o possível ano da concretização das obras.
“Tivemos conhecimento da interrupção temporária de circulação na estrada N13, mais para o lado de Nampula. Temos informação de que desde a tarde de ontem, com a redução de nível de água, a transitabilidade está retomada e é por isso que conseguimos ver aqui um fluxo muito grande de viaturas. São viaturas que esperavam que os níveis de água reduzissem para depois fazer esta ligação de Niassa até Nampula”, começou por dizer Chamutota.
“Constatamos, nestes 14 quilómetros, uma situação crítica de transitabilidade que tem sido monitorado pela ANE (Administração Nacional de Estradas) ao nível da província. Algumas intervenções pontuais foram sendo feitas com recarga de solo, mas a necessidade de continuar a fazer este trabalho continua para melhorar as condições de transitabilidade da via. Temos é de continuar a trabalhar, mobilizar o mais rápido possível equipamento e material para intervir nas sessões críticas e melhorar a transitabilidade nos tempos que se aproximam”, prosseguiu a ministra.
Cecília Chamutota assegurou a existência de fundos para asfaltagem do percurso em causa. “Não há nenhum problema do desembolso de fundos. O troço que fazia parte do escopo do empreiteiro já está concluído. O que estamos a fazer agora é um processo de licitação para asfaltagem dos 35 quilómetros que ainda não estão asfaltados nesta estrada”, precisou a fonte.
“Já temos o financiamento assegurado, agora é actualizar o projecto de execução, para depois passar para intervenção, propriamente dita, de asfaltagem da estrada. Mas não podemos esperar de forma algum que todo este processo termine para podermos intervir na estrada. Vamos fazer intervenções pontuais nos troços críticos, vamos reforçar a própria terra na estrada para permitir que as condições de transitabilidade sejam melhores, enquanto esperamos a mobilização do empreiteiro da asfaltagem dos 35 quilómetros em falta”, reiterou a governante, sem avançar com o montante necessário para a asfaltagem da porção em falta. (Constantino Henriques)