Recursos minerais continuam a matar em Nampula

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Nampula (IKWELI) – Os recursos minerais, na província de Nampula, no norte do país, tendem a revelar-se como uma maldição, e recorrentemente há disputas que levam a violação e abusos dos direitos humanos.

Mogovolas, um dos distritos com elevado potencial de minérios preciosos na província, tem sido a face mais visível da disputa no acesso e usufruto destes recursos do sob solo, seguido de Moma e Memba.

Nesta terça-feira, um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) viu o seu percurso de vida interrompido, morto por garimpeiros ilegais, cuja maioria é de nacionalidade moçambicana, mas teleguiados por indivíduos de nacionalidade estrangeira, destacadamente os oriundos dos países da região africana dos Grandes Lagos.

A morte do agente da polícia ocorreu concretamente no povoado de Muva, posto administrativo de Iuluti e é atribuído aos garimpeiros que fazem a extração de pedras semipreciosas.

Fontes próximas ao Ikweli indicam que os agentes da polícia faziam rotinas, sempre que tivessem espaço, no regulado de Muva, zona onde se extrai as pedras semipreciosas a fim de extorquir os garimpeiros, sob ameaças de expulsá-los do local. Contudo, agastados pelas ameaças, os garimpeiros resolveram entrar em conflito com as autoridades.

Nota importante é que o local em alusão é uma reserva do Estado, sendo que não foi concessionado a nenhuma entidade, seja privada ou pública. É por esta razão que, segundo as nossas fontes que pediram anonimato, a população decidiu ocupar após a descoberta da existência de minérios e avançou para a sua exploração sem permissão do governo local e não só.

O facto nos foi confirmado, igualmente, pelo administrador do distrito de Mogovolas, Emanuel Impissa, o qual lamenta pela morte do agente da polícia. Outrossim, o dirigente explica que a intenção da polícia foi de garantir a ordem e tranquilidade públicas, numa situação em que havia informação de tentativa de invasão de um espaço de reserva do Estado, em Iuluti.

Ao se aperceber da tentativa de invasão do local pela população, de acordo com Impissa, “a nossa força foi destacada para evitar a situação”, mas que quando lá esteve [a força], os garimpeiros intentaram uma agressão, que resultou em ferimentos a um grupo de três polícias indicados para o local.

O chefe máximo do distrito de Mogovolas disse ainda que a morte do agente ocorreu no Hospital Central de Nampula, para onde foi socorrido pelos seus colegas depois do confronto com os garimpeiros.

Enquanto isso, “está no local, uma equipa da polícia para manter a ordem e tranquilidade públicas”, adiantou ao Ikweli o administrador, o qual garante que decorrem trabalhos de investigação para se encontrar o principal actor do conflito que resultou na morte do agente da P.R.M, naquela região. (Esmeraldo Boquisse)

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