Nampula (IKWELI) – Pelo menos 11 famílias residentes na unidade comunal 6° Congresso B, bairro de Natikiri, nos arredores da cidade de Nampula, no norte do país, ficaram ao relento em consequência da destruição das suas casas.
As chuvas intensas que ocorrem em Nampula desde finais do ano passado fizeram com que aquelas 11 habitações de construção precária não aguentassem com a fúria das águas, deitando-as abaixo.
Segundo apurou o Ikweli, as famílias encontram-se ao relento desde a tarde da última quarta-feira (11)
Francisco Miquitosse, jovem de 28 anos de idade e residente naquela circunscrição há sensivelmente um mês, teve a sua residência de construção convencional destruída parcialmente, e referiu que “sou novo desta zona, e como consequência desta chuva, observamos aqui o desabamento de várias casas, aumento da erosão e perda de vários bens materiais, mas felizmente não tivemos perdas humanas e isso deixa-nos, minimamente, confortáveis”.
Para além da perda inestimável de bens materiais arrastados pela fúria das águas, a situação comprometeu a segurança dos moradores locais, pois algumas pessoas de má-fé tendem a aproveitarem-se da vulnerabilidade das vítimas, para saquear o pouco que essas pessoas conseguiram recuperar.
“Na verdade, nós estamos isentos de segurança, desde as nossas casas até mesmo em termos de transitabilidade, e foi por conta desse factor segurança que acabei sofrendo roubo do meu telemóvel durante a madrugada de hoje em consequência do desabamento da minha casa”, acrescentou Francisco Miquitosse, que considera prematuro identificar mecanismos e condições para se reerguer, mas, acredita na coesão entre as vítimas e não só, como forma de encontrar uma motivação para se recuperar financeira e moralmente.
A erosão constitui um dos principais problemas que aflige aos moradores da Unidade Comunal 6° Congresso B, pois para além de contribuir significativamente no desabamento de várias residências, compromete a transitabilidade rodoviária nas principais ruas da circunscrição, com mais destaque para a via que liga a Escola Primária de Teacane à Escola da Pedreira.
Segundo avançou Janeiro Barroso, de 35 anos de idade e residente naquela zona há mais de 14 anos, o fenômeno vem se constatando há aproximadamente quatro anos, mas carece da intervenção das entidades governamentais e por isso quando chove a situação piora.
“Nós, há um ano atrás, remetemos uma carta lá no Conselho Municipal para pedir apoio, porque esta aqui é uma via principal que parte da Escola de Teacane para a Escola da Pedreira e se as pessoas não passam aqui é por causa da erosão e ninguém veio, pelo menos, ver o que está a acontecer”, disse.
Por seu turno, Mussa Jorge Mussagi, chefe do quarteirão, entrevistado no momento, disse ser prematuro precisar os dados relativamente as perdas atendendo e considerando que na maioria das residências os proprietários encontravam-se ausentes, considera a situação muito acima das capacidades interventivas das lideranças locais e pede uma intervenção urgente dos demais.
Até ao momento da retirada da nossa equipa de reportagem do local, grande parte das famílias desalojadas encontrava-se acolhida pelas vizinhanças, enquanto buscavam por soluções.
Todas as 11 famílias, aproximadamente 50 pessoas contabilizadas pela nossa reportagem, carecem igualmente, além de locais condignos de abrigo, de kit básico de alimentação.
O Chefe do respectivo quarteirão assegurou à reportagem do Ikweli que depois do levantamento de todos os danos, as preocupações das vítimas, serão canalizadas às autoridades do posto administrativo de Natikiri para devido encaminhamento à órgãos competentes. (Isidora Fernando)