Montepuez (IKWELI) – Para garantir que os direitos humanos das pessoas LGBT+ sejam respeitados e conhecidos por vários intervenientes, a LAMBDA no distrito de Montepuez, sul de Cabo Delgado, está a intensificar acções de presença institucional e advocacia com vários actores.
O Representante da LAMBDA, em Montepuez, Maldino Abel Moniz, explicou que algumas actividades têm consistido na capacitação de provedores de saúde, por exemplo, para garantir que as preocupações das pessoas LGBT +, tenham acesso à programas de saúde e HIV.
“Tanto que já fizemos várias capacitações para vários provedores da saúde e outros porque queremos fazer fluir aquilo que são preocupação das pessoas LGBT, também, estamos em alguns projetos e programas sobre a saúde e HIV onde mobilizamos e procuramos despertar a auto-estima dos nossos beneficiários”, contou.
Convicto que aos poucos, os cidadãos de Montepuez, estão a conhecer as actividades da LAMBDA, a fonte diz que a agremiação está a centrar-se a nível de unidades sanitárias de maior presença populacional, concretamente nos bairros Ncorripo, Mirige e Nivula, no quadro de um projecto implementando em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), que implementa o VIVA+ na componente HSH, de modo específico.
O entrevistado assegura que não tem sido fácil o reconhecimento e respeito dos direitos das pessoas LGBT+, e considera uma batalha dura a começar em sectores públicos, por exemplo das contrariedades do Ministério de Saúde.
“O ministério de Saúde tem sido uma das prioridades e desenhou a estratégia de saúde escolar, mas não são mencionadas questões de apoio do grupo minoritário, relativamente ao gozo dos direitos humanos existem um paradoxo daquilo que se escreveu e daquilo que se vive”, disse.
Enumerou mais do que acontece no sector de educação naquele ponto do país, onde “ainda temos dificuldades no gozo e liberdade sobre a questão relacionada à orientação sexual em ambiente escolar e constitui uma grande preocupação para a LAMBDA e, também, devia ser preocupação para o Governo porque é obrigação do Estado segundo o princípio da carta número 16 diz que o acesso a educação é um direito de todos”.
Conforme explicado pela fonte, algumas formas de discriminação, que as pessoas LGBT+ passam no distrito de Montepuez, após serem conhecidas, faz com que muitos não assumam em público, o que também pode gerar outras consequências. (Amélia Antunes)