Nampula (IKWELI) – Faustino Frank é um jovem gay, de 23 anos, que ultrapassou as barreiras do preconceito, estigma e discriminação, impondo-se como um empreendedor na cidade de Nampula, no norte de Moçambique.
Popularmente conhecido por “Negra”, a jovem vive no bairro de Muhala Expansão e dedica-se a venda de lençóis e cosméticos pelas artérias do maior centro urbano da região norte do país.
“Descobre a minha orientação sexual aos 8 anos de idade. De lá para cá, a minha vida mudou”, disse Negra, comentando que “há pessoa pessoas que me consideram uma mulher”.
Diante de uma sociedade pouco compreensiva, Negra diz que consegue se impor diante das adversidades e que no seu negócio tem clientes ambos os sexos. “Alguns [clientes] conseguem me encarar bem e sem nenhum problema, por essa razão consigo ganhar dinheiro para comprar coisas que me fazem falta e agradeço a Deus por tudo”.
A nossa entrevistada vive com sua avô e irmãos menores, os quais dependem dos seus rendimentos para sobreviverem.
Por outro lado, como passatempo, Negra dedica-se a dança, por sinal a marrabenta, como forma de advogar pelos direitos das pessoas LGBT+.
Actualmente fora do sistema nacional de ensino, a nossa interlocutora disse que pretende voltar a estudar no ano que vem, pois teria abandonado a Escola Secundaria de Nampula por razões de discriminação.
“Ainda há pessoas que não gostam de mim pela minha orientação sexual e que, nalgum momento, proferem palavrões para mim, mas eu ignoro e continuo a viver a minha vida porque me amo muito, não importa o que dizem as pessoas”, anotou a nossa fonte. (Nelsa Momade)