Nacala (IKWELI) – A Lambda, na cidade portuária de Nacala, está a queixar-se de estar a enfrentar enormes dificuldades para a divulgação efectiva das suas actividades de campo, exactamente quando se fala da sensibilização comunitária.
Em causa estão os factores religiosos, neste caso a religião muçulmana, cujos seguidores ainda consideram a homossexualidade “um bicho de sete cabeças”, sendo que, esta atitude impede a compreensão efectiva e respectivo respeito dos direitos humanos da comunidade LGBT.
A supervisora de campo do projecto “Stand Up” para a LAMBDA ao nível de Nacala, Teresa Figueiredo, diz que várias iniciativas têm sido desenvolvidas, mas a religião constitui ainda principal obstáculo para o sucesso das actividades de divulgação dos objectivos da organização e de sensibilização dos residentes locais.
Defende que os trabalhos da organização pretendem a ajudar os cidadãos a compreender a necessidade de respeitar os direitos humanos.
“Abordar as actividades da LAMBDA para a sociedade de Nacala é um desafio. Lidamos com pessoas de diferentes tipos de comportamentos, mas os membros da comunidade LGBT+, queixou-se, mas mesmo assim considera haver ganhos”, disse a fonte.
A responsável da LAMBDA, também, queixa-se de desconsideração nas unidades sanitárias, por isso também há campanhas específicas nesses locais.
“Os trabalhos decorrem nas unidades sanitárias, onde os homossexuais queixam-se de mau atendimento por causa da orientação sexual”, explica, destacando o facto de um homem gay que vai ao hospital apresentar fissuras no ânus, o que acontece é que ao invés de tratar o problema de saúde que o paciente apresenta, os técnicos limitam-se a perguntar as causas de escolher uma orientação sexual diferente. Outros profissionais da saúde desencorajam a prática do sexo anal como forma de evitar esse tipo de doença”.
Para inverter a situação, aquela organização, para salvaguardar os direitos das pessoas LGBT+, assegura que alguns hospitais em Nacala têm técnicos específicos treinados em matérias de como receber e atender os membros da comunidade LGBT+, só que muitas das vezes não coincidem com os pacientes, daí que “qualquer palavra mal colocada constitui uma ofensa”, observou a fonte.
Igualmente, foram treinados membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), o que está a resultar no melhor atendimento”, anotou. Contudo, “há desafios que precisam ser ultrapassados. Por exemplo, há agentes da corporação que sabem da existência da comunidade LGBT+, porém chegam a agir por ignorância”, por isso, Teresa defende ajuste no que diz respeito a personalidade dos trabalhadores de cada instituição que lida com aquele grupo social.
Propõe ainda que a solução “consiste em promover treinamentos destinados aos técnicos das instituições que são nossos parceiros, desde a Saúde e a Polícia, que exercem a função de elo de ligação das nossas actividades”, ao mesmo tempo que a organização defende uma igualdade no tratamento quando buscam os serviços dos referidos sectores.
A LAMBDA é uma organização que defende os direitos das minorias sexuais. Para o efeito, aquela instituição está a desenvolver iniciativas para salvaguardar a integridade física, sanitária e moral dos membros da comunidade LGBT+. (Redação)