Nampula (IKWELI) – O distrito de Muidumbe, a norte de Cabo Delgado, continua sob ameaça dos terroristas, mesmo com as forças locais activas e da recente patrulha das forças de Lesotho, estacionadas na região de Litembo, no distrito de Mueda.
Das suas fontes locais, o Ikweli sabe que os terroristas desencadearam, nos últimos dias, ataques esporádicos nas aldeias Mandava, Mandela, Litapate, Namacule e já na última segunda-feira, a aldeia Muambula, antiga sede distrital.
Nas suas incursões, os terroristas, mataram, roubaram e queimaram casas e bens da população e dos comerciantes locais, que estão na fase de restabelecimento depois de dias de fuga em resultado dos ataques anteriores.
A situação é descrita como preocupante, por residentes locais, que acreditam que os terroristas tenham estabelecido novas pequenas bases nas baixas da aldeia Mandela, embora o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, tenha afirmado na segunda-feira, em Maputo, que não havia bases permanentes daquele grupo que desafia as forças desde 2017.
“Estamos assim mesmo, hoje a situação está calma, mas as pessoas estão de novo a fugir para aqui Matambalale, Miteda, Litembo e na vila de Mueda, com as suas crianças, e automaticamente alguns exames não foram feitos, os alunos e professores fugiram, quando começou o ataque de Muambula”, contou um residente da aldeia Matambalale.
Segundo um outro residente da mesma aldeia, nos últimos ataques, de domingo por exemplo, na aldeia Mandava, haviam sido mortas duas pessoas, na sexta-feira, uma pessoa voltou a ser vítima de decapitação na mesma aldeia pelo mesmo grupo, mas no domingo, havia morto duas pessoas em Litapate.
Frente Sul continua a progredir
Além de Muidumbe, as incursões terroristas, chegaram a Balama, depois de Namuno, onde cerca de 16 mil pessoas estão deslocadas, segundo estimativas de algumas organizações não-governamentais que lidam com a crise humanitária em Cabo Delgado.
Na aldeia Marica, localidade Ntete, no distrito de Balama, por exemplo, dois produtores foram decapitados na manhã de segunda feira.
Refira-se que a movimentação dos terroristas teria forçado a tomada de medidas pela direcção da empresa que explora o grafite de Balama, que na sexta-feira passada tinha anunciado dispensa dos trabalhadores. Em comunicado, esta terça-feira, a empresa anunciou o retorno das operações.
Tanto em Namuno, como no distrito de Balama, as forças locais, denominadas “Namparama” e as FDS reclamam sucessos na perseguição dos terroristas, mortes e captura de alguns é o relato que tem sido exaltado nos últimos dias, mas a crise humanitária em Balama e Namuno está à vista.
Na sede do distrito de Balama, segundo o que se sabe, algumas famílias estão acolhidas nas instalações do futuro mercado distrital. (Redação)