Nampula (IKWELI) – O autarca da cidade de Nampula, Paulo Vahanle, convocou a imprensa ao meio dia desta quinta-feira (17) para dar satisfação aos munícipes sobre o estado do contrato e da execução do primeiro lote das obras da via que liga a estrada nacional número um (N1) ao Hospital Geral de Marrere, nos arredores da cidade de Nampula.
Como lhe é característico, pouco discursivo, e numa linguagem popular, Vahanle anunciou a rescisão unilateral do contrato com a empresa ZAC Construções, por incumprimento de prazos, obras defeituosas e sem qualidade.
A fonte explicou na colectiva de imprensa que, inicialmente, a ZAC Construções predispôs-se a reparar os danos da execução das obras, mas depois de tantas oportunidades dada a empresa não mexeu palha nenhuma.
Com a destruição da estrada, dez dias após a inauguração, uma equipa multissectorial produziu recomendações que deviam ter sido cumpridas pelo empreiteiro, o que não se observou, depois de ter garantido a execução das mesmas em 60 dias.
“Esgotadas todas as negociações com a ZAC Construções, nós tivemos de fazer um comunicado de rescisão do contrato, no dia 12 de Outubro”, explicou Vahanle, prosseguindo que “no dia 15 de Outubro, a escassos dias para o término do prazo de reclamação, a ZAC Construções remeteu um expediente a pedir favor que não devíamos rescindir o contrato e que iria cumprir com os prazos”.
Já sem fé e esperança na ZAC Construções, a edilidade de Nampula decidiu por “rescindir o contrato e vamos responsabilizar pelos danos que causou ao Conselho Municipal da cidade de Nampula”.
Paulo Vahanle deixou entender que convocou a imprensa para melhor a sua relação com o eleitorado em relação a estrada de Marrere, pois tem-lhe apontado o dedo como não estando a ser sério naquela empreitada.
“Lamentavelmente, esse caso não está a ser bem entendido pelos munícipes. Acham que é o presidente do município que não quer avançar, acham que é o conselho municipal que não quer repor a via, mas se fosse o caso nós não teríamos agendado, não teríamos incluso no nosso plano de actividades 2022 a construção da estrada e a ponte via Marrere. Não teríamos feito isso. E se fizemos é porque estávamos convictos que queríamos a estrada, queremos melhorar a via e vida dos munícipes da cidade de Nampula”, esclareceu Vahanle.
Em relação a ZAC Construções, Vahanle tomou uns bons minutos para elaborar sobre o comportamento da empresa, e ficou claro que a mesma concorreu para uma actividade para a qual não tinha competências técnicas e qualificações devidas para honrar com o compromisso.
“A ZAC Construções não pode reclamar sobre os pagamentos”, avisa a fonte, que deixa claro que 30 milhões de meticais (perto de meio milhão de dólares norte americanos) foram desembolsados para a empresa, prosseguindo que “a ZAC Construções fez uma aventura ao concorrer para uma obra de grande engenharia. Eu acredito que nunca fez obras de qualidade, nunca fez obras daquele tamanho”.
Durante a apuração sobre a capacidade da empresa, Vahanle disse que a ZAC Construções levou uma equipa da edilidade para um estaleiro alheio na província de Cabo Delgado, tanto quanto apresentou um orçamento, de baixo preço, sobre o qual caiu a vantagem, segundo os ditames legais. (Aunício da Silva)