Nampula (IKWELI) – Uma disputa entre gigantes coloca pouco mais de 2500 (duas mil e quinhentas) famílias em situação de desespero e fome na província de Nampula, no norte de Moçambique.
Sucede que, de má-fé, a empresa EGT Export and Marketing decidiu por prejudicar a empresa Royal Plastics, com uma falsa denúncia no mercado indiano sobre a exportação de um cereal (soja) geneticamente modificado, uma das 15 empresas que constituem a ETG Export and Marketing, segundo apurou o Ikweli, é decidiu prejudicar a sua concorrente com a falsa informação de exportação de commodities agrícolas geneticamente modificados.
Altamente lesada, a Royal Group decidiu denunciar a sua concorrente na Secção Laboral e Comercial do Tribunal Judicial da Província de Nampula, tendo a primeira audição ocorrido na última sexta-feira.
Trata-se de uma providência cautelar, do processo 52/2022, intentada pela empresa Royal Grupo contra a ETG-Export e Marketing, esta última que é acusada de ter caluniado a primeira empresa junto das autoridades indianas.
As duas empresas são fortes concorrentes no ramo de agronegócios, ao nível do território moçambicano. As coisas vieram a se agravar a partir do dia 5 de Setembro do ano em curso, quando a mercadoria contentorizada da empresa Royal Grupo, contendo feijão bóer e soja, foi arrestado em Mumbai, pelas autoridades indianas por alegadamente a mesma ser de proveniência duvidosa e sem qualidade requerida.
Segundo apuramos, tais denúncias teriam sido perpetradas pelo grupo de 15 empresas em que a ETG-Export e Marketing é cabecilha. Trata-se de uma mercadoria de 30.000 ton (trinta mil toneladas) desses produtos e é avaliada em USD25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de dólares norte americanos).
Inconformado com a alegada atitude do concorrente, o grupo Royal intentou uma providência cautelar junto do Tribunal Judicial da Província de Nampula, que consistiu, inclusive, no arresto de bens e contas bancárias da ETG-Export e Marketing, onde exige que a denunciante possa ressarcir os danos vindos da renúncia, num valor de USD60.000.000,00 (sessenta milhões de dólares norte americanos).
Na sequência, desde o dia 20 de Outubro, a empresa ETG encontra-se com as portas fechadas e as contas congeladas, por ordens do tribunal.
Esta atitude da ETG Export e Marketing fez com que muitas famílias, com chefes ao exercício da Royal Group, estivessem voltadas a fome, porque o patronato, com os custos operacionais de frete e manutenção de navios nas águas indianas não conseguem honrar com todos os seus compromissos.
Munidos neste sentimento, os trabalhadores até ousaram em tentar, com presença, transmitir ao juiz da causa o sentimento de fome por que passam as suas famílias em face deste acto protagonizado pela ETG Export e Marketing. A tal intenção não foi para além da presença nas proximidades do tribunal.
“A minha empresa está totalmente danificada”
Dentro e fora do tribunal, Hassnein Taki, PCA da Royal Grupo, disse que os seus concorrentes estão a fazer de tudo para banir a sua empresa do mercado nacional e internacional. No caso concreto da sua mercadoria que está parado na Índia, o empresário pede a intervenção de todos moçambicanos que a mesma seja viabilizada.
“Estão a derrubar uma empresa moçambicana, derrubaram-me completamente, financeiramente, emocionalmente. A minha empresa está totalmente danificada. Eu peço ajuda a todos para essa solução urgente”, referiu Hassnein Taki.
“O navio está parado, não só parado, está na água, está ali feijão bóer só, na água sem direito de ver o meu produto, parece que eu exportei outro produto, aquele é um produto moçambicano, com certificação, tem toda documentação até Índia, o ministério da Agricultura já foi lá e disse que esse produto é 100% moçambicano, deixem sair, mesmo assim não estão a deixar sair”, prosseguiu a fonte aos jornalistas.
“Há indivíduo que estão a fazer aquilo parar, há indivíduos que querem nos fechar completamente entrada na Índia. Estou a pedir ao povo moçambicano, a Justiça moçambicana interagir e resolver isso. É um processo que todo ministério conhece, tem documento desde Agosto, desde 5 de Setembro o navio está lá, até hoje está no mar, não deixam descarregar o navio”, disse.
“A carga em geral está avaliada em 25 milhões de dólares, mas tem já o comprador a cancelar o contrato, há danos em cada navio pagando 50 mil dólares diário, há danos do porto não deixar o navio, aquele navio está no meio assim, nem pode voltar nem ir, portanto, eu quero uma ajuda moçambicana para acabar esse tipo de sindicato estrangeiro-indiano que estão a fazer em Moçambique”, precisou a fonte. (Constantino Henriques e Redação)