Nampula (IKWELI) – A 6ª secção do Tribunal Judicial da província de Nampula esteve na manhã desta quinta-feira (06) na residencial particular do então autarca de Nampula, Mahamudo Amurane, local onde foi barbaramente assassinado à tiro, no princípio da noite do dia 4 de Outubro de 2017, para a reconstituição do crime, como parte do pedido do Ministério Público.
Lembre-se, no passado dia 22 de Junho do ano em curso, decorreu mais uma sessão de julgamento do processo querela, número 12/2019, sobre o assassinato bárbaro de Mahamudo Amurane, então presidente do Conselho Municipal de Nampula, onde são constituídos arguido dois indivíduos, nomeadamente Saíde Ali Abdala, antigo vereador do sector de promoção económica, bem como Zainal Abdul Satar, um agente económico e empreiteiro da residência particular de Amurane, ambos acusados pelo Ministério Público de terem tirado a vida do malogrado, uma vez que a data e hora do facto estiveram juntos. (veja a nossa edição 970).
O referido julgamento teve que ser suspenso porque a juíza do processo entendeu que era necessária a produção de mais elementos que provem a acusação e a posição da defesa, no próprio local da tragédia.
Durante a reconstituição do crime, como parte da produção de mais provas, Saíde Ali Abdala voltou a afirmar que na altura do incidente, ele e o presidente estiveram juntos e que de repente viu um certo homem a ir junto deles e que de repente tirou a pistola e disparou contra presidente, por três vezes. Explicou, também, que após os disparos ele caiu por susto, sem ter prestado socorro ao seu amigo, um dos pontos que pesam nas acusações do Ministério público. Aliás, Saíde Ali voltou a dizer que os disparos foram feitos de frente, contrariando os exames balísticos que determinam que os mesmos foram feitos de trás e numa curta distância.
Já Zainal Abdul Satar, voltou a explicar ao Tribunal de que no tempo dos disparos, ele encontrava-se em direcção a parte traseira da casa particular do malogrado, e teria deixado o presidente e Saíde Abdul Remane juntos, mas que instantes depois ouviu o som dos disparos e gritos. No regresso, Satar voltou a narrar que encontrou o presidente caído e sozinho e que decidiu por socorrer ao Hospital Central de Nampula.
Estiveram presentes no local da produção de prova, a juíza do processo, Cristina Salia, Cristóvão Mulieca, procurador no processo, técnicos de saúde, os advogados dos dois réus, para além dos próprios acusados e técnicos do Tribunal Judicial da Província de Nampula. A actividade durou aproximadamente 12 minutos e, o julgamento retoma no próximo dia 17 de Outubro corrente. (Texto: Constantino Henriques *Fotos: Hermínio Raja),