Nampula (IKWELI) – Um indivíduo de 47 anos de idade, residente no bairro de Muahivire-Expansão, nos arredores da cidade de Nampula, está a contas com a Polícia da República de Moçambique (P.R.M), indiciado de violar sexualmente uma menor de oito anos de idade.
Trata-se do chefe do quarteirão de uma das unidades comunais do bairro de Muahivire-Expansão, que na noite do dia 10 de Setembro corrente levou uma menor de 8 anos de idade, por sinal sua prima [filha da sua sobrinha], para dentro da sua residência, a fim de protegê-la porque estava a ser violentada pelos seus pais. Enquanto isso, segundo tomamos conhecimento, a menor estava sendo procurada pelos pais, uma vez que havia abandonado a casa.
Em entrevista, o indiciado conta que a criança era vítima de violência doméstica pelos seus pais, alegadamente porque urina na cama quando dorme e gazeta as aulas na escola, razão pela qual fugiu de casa para se livrar da violência.
Aliás, em torno do caso, tomamos conhecimento que havia pretensão de se lavrar dois processos, sendo um de violação sexual e o outro de violência contra menores, onde seriam responsabilizados os encarregados da menor.
“Eu fui à reunião dos dadores no Hospital Central de Nampula e, à saída da reunião, fui à casa quando eram 17 horas. Quando cheguei, encontrei a filha da minha sobrinha que foi batida pelo próprio tio, sentada no meu muro da varanda. Depois eu sentei e conversei com ela, quando me apercebi da história, chamei a mãe e disse para levar a criança de volta à casa, foi quando ela [a mãe da menor] recusou”, contou o indiciado, segundo o qual a menor também recusou voltar à casa por medo de ser novamente agredida pelo respectivo tio.
O suposto chefe do quarteirão violador sexual prossegue que, depois de orientar a sobrinha para levar a criança e recusar-se, optou por levar a menor à sua segunda casa, mas antes, alertou aos vizinhos a indicarem a mãe ou qualquer pessoa que procurasse por ela para se dirigir ao local onde estaria. Dito e feito, “levei a criança para lá e como só tem uma cama e um lençol lá dentro, eu estendi o lençol, envolvi a criança lá e eu fui dormir. Passados 30 minutos vejo minha esposa a vir com a mãe da criança porque estavam a procura dela. Quando chegaram levaram a criança e foram embora”, contou.
Entretanto, passadas duas semanas, o indiciado disse ser surpreendido por um grupo de pessoas nas imediações da sua residência, sob alegação que teria violado sexualmente a menor, no dia em que este levou a menor para dentro. E mais, horas depois o indivíduo recebeu uma equipa de agentes da polícia para responder o caso nas autoridades policiais.
“Eu não violei essa criança. Já fui torturado para poder explicar, mas eu digo que não violei. Antes pedi a mãe para levar a criança e a criança estava a recusar voltar, porque estava a ser batida pelo tio por causa de não ir à escola e mijar na cama”, respondeu o indiciado quando questionado pelo Ikweli, a quando da sua apresentação à Imprensa, na 1ª esquadra da P.R.M em Nampula.
Já a PRM em Nampula, através do respectivo porta-voz, Zacarias Nacute, explica as mesmas circunstâncias em que o chefe do quarteirão é indiciado por violação sexual ao que, “nos dias seguintes a mãe da menor foi se apercebendo que ela [a suposta vítima] vinha sofrendo de algumas dores. Depois da revista que a mãe fez à sua filha acabou verificando que esta continha ferimentos na zona dos órgãos genitais”, referiu Zacarias Nacute.
Seguidamente, de acordo com o porta-voz, após as constatações a mãe da menor encaminhou o caso à esquadra policial mais próxima e depois ao centro de saúde, onde fizeram os exames médicos e constatou-se que “de facto houve penetração e que a menor foi violada sexualmente”, facto que levou o indivíduo a parar nos calabouços da Polícia enquanto aguarda-se pelo encaminhamento do seu processo para as outras instâncias de administração da justiça.
Na mesma ocasião, a P.R.M apresentou sete indivíduos, dos quais um é acusado de porte ilegal de arma de pressão de ar do tipo pistola, cinco por assalto a motorizadas aos taxistas na cidade de Nampula, onde fazem parte duas mulheres jovens apontadas como cabecilhas da quadrilha. Enquanto isso, outro indivíduo foi detido por venda de talhões alheios.
No caso do indivíduo na posse de arma, a Polícia esclarece que o detido usava a arma para fins de defesa na via pública, uma vez que era vítima de agressões físicas por um grupo de meliantes que actua na zona do Muahivire. (Esmeraldo Boquisse)