Terroristas matam missionária católica no distrito de Memba

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Memba (IKWELI) – Uma freira da igreja católica foi assassinada por terroristas na missão de Chipene, no distrito de Memba, a norte da província de Nampula, na noite do dia 6 de Setembro corrente.

A referida missão fica localizada num posto administrativo limítrofe com o distrito de Eráti, onde no dia 3 do corrente mês, também, os terroristas incendiaram casas da população.

De acordo com informações em nossa posse, a vítima foi barbaramente atingida com um tiro na cabeça, tendo perdido a vida instantaneamente, numa altura em que outras freiras e parte dos alunos do internato a seu cuidado punham-se em fuga.

Nascida na Itália, a malograda irmã Maria de Coppi nasceu a 23 de Novembro de 1939.

Uma fonte do Ikweli em Chipene confirma que os terroristas se encontram naquele ponto de Nampula há uma semana, altura em que membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) afectos a região ausentaram-se.

“O primeiro lugar que eles [terroristas] atacaram desta vez foi a comunidade de Pavala”, disse a nossa fonte, prosseguindo que “neste momento não sabemos para onde eles foram, porque não há comunicação com Chipene. Não sabemos se voltaram para Munhanha ou se foram mais a sul”.

“Aqui não está nada bem. Assim estamos no carro a fugir. Desde as 22h de ontem que estivemos a caminhar, e só agora é que nos apanhou um carro”, disse uma fonte do Ikweli no momento de fuga, avançando que “queimaram aquele hospital todo, a igreja foi destruída, casa das irmãs e aquela irmã Maria de Coppi, que nos fazia estudar ali, já foi morta”.

Informações dispersas apontam que durante o dia 6 do corrente mês, um grupo de cinco indivíduos, dentre 4 brancos e 1 negro, foi capturado em Chipene pela Polícia da República de Moçambique. Na posse do grupo estavam malas, as quais não permitiam que fossem abertas, acreditando-se que sejam armas de fogo.

Transferido o grupo para a vila de Memba, os restantes membros iniciaram com os ataques.

Ainda não confirmado está o assassinato de dois agentes de serviços do centro de saúde de Chipene.

Como tudo aconteceu

Conta o Bispo de Nacala, Dom Alberto Vera, que na data do ataque, “pelas 21 horas, um grupo de terroristas entrou na missão de Combonianos onde residem 5 irmãs, mas duas delas estão na cidade de Nampula por motivo de viagem e dois padres italianos, padre Lourenço e Jorge. Entraram e já na tarde, pelas 15 horas queimaram uma mesquita e a população estava cheia de medo, daí que fugiu para a floresta. No lar das meninas estavam 35 e aconselhamos que saíssem para cá [Nacala] e foram às suas famílias. Mas 12 ficaram aí”. Igualmente, “uma das irmãs junto às meninas foram dormir na floresta e duas irmãs de 34 e 35 anos, respectivamente”.

“E chegaram os terroristas, houve muita confusão e deram um tiro na cabeça a irmã Maria e morreu. A outra irmã, entraram na sacristia da igreja e depois vandalizaram o centro de saúde, queimaram. Então foram à casa dos padres quando eram 21 horas para 22 horas, entraram onde dormem, queimaram os carros e destruíram tudo”, prossegue o bispo.

“E agora, pela manhã, o padre comunicou que descobriram dois corpos degolados. De manhã enviamos dois padres uma vez que não havia possibilidade de comunicação. Quando chegaram lá tentaram fazer o funeral, mas as irmãs queriam transferir o corpo para Carapira para enterrar no cemitério das Combonianas. Ao mesmo tempo, saíram ajudados por um carro da televisão moçambicana. Essa é a situação, queimaram a igreja, queimaram a missão e queimaram o centro de saúde”, explica, desolado, dom Vera, prosseguindo que “desde ontem desapareceu todo o mundo, não há ninguém. Todo o mundo está caminhando pela rua e estrada, com medo, fugindo outros para a vila de Memba e Nacala-a-Velha. De ontem para hoje há pânico em toda aquela parte do distrito de Memba”.

“Eu quero condenar estes actos terríveis, que ponham a mão na consciência, esses que estão a provocar estes actos. Antes estavam em Cabo Delgado, mas agora já estão na província de Nampula, isso é uma injustiça e sempre será o povo mais pobre que tem de pagar, a violência, a destruição e a morte, isso é uma injustiça total”, disse, concluindo que “eu gostaria de deixar um chamado ao nosso Governo de Moçambique para que tenha seriedade nesta desgraça do povo moçambicano. Um chamado a comunidade internacional para controlar o terrorismo. A nível internacional todo o mundo apoia qualquer luta contra o terrorismo, mas não sei se estamos a ver muita eficácia, alguma coisa está a falhar”. (Redação)

1 COMENTÁRIO

  1. ISSO diz-se brincar com o povo ate a policia dismente que houve ataques enquando as pessoas estao a murrer todos dias
    Mas tambem os terroristas discobriram a fragilidade nossa

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