Maputo (IKWELI) – Embora sem avançar informação sobre as datas e nem o estágio em que se encontra o processo que deverá culminar com a introdução do novo currículo de formação dos Agentes da Polícia da República de Moçambique – o Director Pedagógico da Academia de Ciências Policiais – ACIPOL, Rodrigues Nhiuane Cumbane, aponta que “é interesse das instituições do Estado discutir e compreender as matérias ligadas à orientação sexual e identidade de género, bem como integrá-las no processo de formação nos institutos policiais e entidades da polícia e, as sessões de debate e sensibilização sobre a temática dentro da ACIPOL representam uma resposta a esse interesse.”
De acordo com Rodrigues Nhiuane Cumbane – “o novo currículo de formação dos agentes da Polícia da República de Moçambique deve abranger com maior carga e consistência essas matérias.”
O Director Pedagógico da ACIPOL – falava durante uma acção de sensibilização naquela instituição de formação de agentes da polícia, realizada pela LAMBDA em Julho último, em Maputo, subordinada ao tema: “Conceitos e terminologias sobre Diversidade Sexual” a qual contou com a participação dos membros do conselho Directivo, docentes e representantes do Comando Geral da República de Moçambique.
A sessão de sensibilização é resultado de uma parceria tripartida, entre a Academia de Ciências Policiais – ACIPOL, o Comando Geral da República de Moçambique e a associação LAMBDA cujo objectivo é contribuir para uma melhor actuação dos agentes da lei no quadro das suas intervenções de lei e ordem, tendo em conta as necessidades especificas de grupos sociais como as pessoas LGBT.
Por seu turno, Dário de Sousa – Oficial de Pesquisa, Formação e Direitos Humanos na LAMBDA – “esta é a continuidade de um trabalho que já desenvolvemos há já alguns anos, mas é a primeira vez que nos abrem as portas para uma ação do género na ACIPOL,” saudou, para De Sousa, “colaborar com a ACIPOL e o Comando Geral da República de Moçambique, “sinaliza uma preocupação que o Estado tem em melhor compreender estas temáticas” por outro lado, o oficial da LAMBDA diz que é expectativa de todos incluindo da LAMBDA, que, “esta preocupação e trabalho se traduzam num melhor atendimento aos cidadãos no geral e, em especial às pessoas LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros”, tomando em conta a necessidade de munir os agentes da lei e ordem de ferramentas que os possibilite agir num quadro de respeito às necessidades especificas dos cidadãos, incluindo os LGBT.
Recorde-se, as sessões de sensibilização em matérias ligadas à diversidade, orientação sexual, identidade de género e Direitos Humanos aos agentes da Polícia já vem sendo levadas a cabo há já alguns anos, e resultam de uma colaboração entre a associação LAMBDA e a Polícia da República de Moçambique com vista ao desenvolvimento de competências culturais pró-diversidade. (Redação)