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Lixo sufoca moradores de Namicopo

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Nampula (IKWELI) – Os moradores de Namicopo, o mais populoso bairro do país localizado nos arredores da cidade de Nampula, dizem-se preocupados pela não remoção de resíduos sólidos ali produzidos.

Em consequência disso, entendem os munícipes que há cada vez mais a proliferação de doenças de origem hídrica.

Um dos pontos com lixo em quantidades preocupantes é a proximidade do Aeroporto de Nampula, concretamente na unidade comunal Nelson Mandela, e as famílias ali residentes queixam-se da situação que perdura há cinco anos.

Segundo apuramos dos moradores, a edilidade presidida por Paulo Vahanle tem conhecimento da existência do lixo naquela circunscrição, mas nada faz para aliviar o sofrimento das pessoas.

E para resolver a situação, os munícipes uniram-se e, através de contribuições, mobilizaram recursos humanos e materiais para a remoção, o que não resultou em efeitos positivos a longo prazo, devido ao nível de produção de resíduos.

“Já faz tempo que o município não vem recolher o lixo, é uma situação que preocupa toda comunidade. Já reclamamos por muitas vezes, mas parece que as pessoas do município não querem ouvir, ou talvez não estão a valorizar a situação dos cidadãos desta área”, disse um dos nossos entrevistados, identificado pelo nome de Sothala, residente no bairro de Namicopo, o qual dize não se lembrar da última vez que viu a edilidade a remover lixo naquele local.

Outra cidadã entrevistada pelo Ikweli chama-se Sónia Camilo. Esta fonte destaca que a propagação do mosquito causador da malária como um dos perigos que os residentes da área correm. Aliás, “não estamos bem porque o risco de contrair doenças é maior. Os nossos filhos brincam na lixeira, pisam descartáveis e quando regressam a casa, às vezes, não lavam as mãos, o que pode provocar diarreia”, acrescentou Sónia Camilo.

Tal como Sónia Camilo, a moradora da unidade comunal Nelson Mandela, em Namicopo, Cacilda António, lamenta a situação de higiene não adequada em que são submetidas e disse ser da responsabilidade da edilidade fazer a remoção do lixo em todas as zonas da urbe, com destaque para a zona em referência.

“Eu passo muito mal por causa do mau cheiro, uma vez que a minha casa está próxima da lixeira. Há vezes em que lixo se espalha para o meu quintal”, disse a fonte.

Na mesma abordagem, o Ikweli entrevistou Matias Lázaro, chefe do quarteirão 3 da unidade comunal Nelson Mandela, que do lado dos moradores, também, lamenta sobre a situação e disse ser preocupante, na medida em que noutras zonas da urbe há trabalhos de remoção e naquela zona ainda não.

“Este lixo está acumulado aqui desde o primeiro mandato do presidente Mahamudo Amurane. No princípio trouxeram contentor, mas depois de um tempo retiraram e não sabemos para onde. Já neste mandato do presidente Paulo Vahanle a lixeira não é reconhecida”, queixou o chefe do quarteirão Matias Lázaro, ao prosseguir que “para se tirar o lixo nesta área, havia um bar ao lado da lixeira, é esse dono do bar que as vezes conseguia pagar aqueles do conselho municipal, e só assim vinham remover o lixo”.

Outra preocupação manifestada pelos moradores, tem a ver com o lixo hospitalar que é depositado naquela local, por isso os nossos entrevistados temem que os seus filhos possam contrair doenças por conta disso.

O que diz a edilidade

Nelson Carvalho, Director do departamento de Comunicação e Imagem no Conselho municipal da Cidade de Nampula, mesmo sem avançar datas, garante que uma equipa será escalada para averiguar a situação que inquieta aos munícipes.

“A edilidade está a trabalhar no sentido de colmatar esta situação, dizer que ao nível do município, diariamente nós recolhemos 1102 (Mil Cento e Dois) metros cúbicos, este é a quantidade de lixo que é carregado diariamente ao nível do município”, refere Carvalho.

“Neste momento está se fazer um levantamento de quantas lixeiras precisam de contentores para que sejam realocados, e a nível do município temos quatro contentores, temos quatro porta contentores e temos seis camiões, para além de quatro máquinas que nos ajudam no processo de remoção de lixo”, concluiu Nelson Carvalho. (Atija Chá)