Nampula (IKWELI) – A paralisação do serviço de transporte semicolectivos de passageiros na cidade de Nampula, no norte de Moçambique, conheceu ontem, terça-feira (7), o seu segundo dia, com tendências para a retoma da actividades em algumas rotas não principais.
Depois de um aparente silêncio, a Associação dos Transportadores Rodoviários de Nampula (ASTRA) pronunciou-se, distanciando-se da decisão tomada pelos motoristas.
“Em nome da direcção da ASTRA, queremos através deste canal, nos distanciar da paralisação, ocorrido ontem na cidade de Nampula e lamentar aos motoristas que quiseram exceder os seus limites de ânimos querendo sobretudo barrar e agredir a quem não se identificava com a tal manifestação, tendo estes detidos por aquela acção desumana, em diversas unidades policiais”, refere a ASTRA em comunicado de imprensa distribuído a mídia em Nampula.
Por outro lado, a mesma nota avança que “a direcção da ASTRA está ciente dos dias difíceis que os transportadores urbanos estão sujeitos, uma vez que esta actividade deixou de produzir algum conforto ou lucro, tanto que estamos a fazer de tudo para que tenhamos a resposta positiva da Assembleia Municipal. O nosso apelo, mais uma vez, é, aquele transportador que não consegue operar sem o reajuste da tarifa, que guarde a sua viatura, pois não constitui nenhuma infração desde que comunica as autoridades do licenciamento e das Finanças. Evitemos atitudes marginais e de agressividade para que amanhã não possamos responder em juízo”.
Por fim, a direcção chefiada por Luís Vasconcelos, recorda que “o reajuste da tarifa aguarda pela aprovação da Assembleia Municipal da Cidade de Nampula”.
Retoma em algumas vias
Entretanto, o Ikweli visitou algumas vias, e constatou que há tendência da retoma da actividade, tal como vimos na rota rua da Unidade/Barragem, bem como parte da rota Waresta/Polígono.
Por exemplo, na rota rua da Unidade/Barragem, a maioria dos operadores cobra 10,00Mt (dez meticais) num ponto intermédio, mas não paralisou a actividade pelo segundo dia consecutivo.
Os motoristas afirmam que todos eles naquela via decidiram por não paralisar a actividade, porque “as pessoas precisam do transporte para garantir as suas vidas”.
“Umas das razões que não paramos é que lá tem uma escola, e nós ajudamos os alunos que não tem dinheiro para não perderem as aulas”, conta o transportador António, justificando ainda que a rota que exploram não é principal.
Outros operadores consideram ainda que a paralisação da actividade é uma atitude condenável, porque as pessoas precisam do “chapa-100” para que as suas vidas andem. (Vânia Jacinto e Redação)