Menor com deficiência psicomotora abandonada pelo pai passa por necessidades básicas

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Nampula (IKWELI) – Com 13 anos de idade, a menina Palmira, residente na zona residencial de Mutomote, nos arredores da cidade de Nampula, vive uma vida repleta de desafios e dificuldades, em virtude da sua situação física.

Com uma deficiência psicomotora desde a nascença, a menina viu o seu pai abandonar-lhe, incluindo a sua mãe, alegando que não sua família não haviam pessoas com deficiência do género.

O pai, cuja identidade não nos foi revelada, abandonou a menor quando tinha, apenas, nove meses de vida, momento que, regularmente, as crianças começam a dar os primeiros passos.

De lá para cá, a menor vive quase que desamparada. Com uma mãe sem fontes de rendimento e doente, Palmira está na casa da sua avó materna, passando por momentos difíceis, pois a vizinhança que partilhou o caso com a nossa equipa de reportagem assegura que a mesma tem sido maltratada.

O Ikweli conversou com a mãe da menor, e ela recorda-se que o pai da Palmira disse-lhe que “era impossível para ele ter uma filha invalida”, por isso “decidiu” por abandona-las, deixando as duas sem qualquer condição, facto que as coloca como dependentes de ajuda de familiares e pessoas com boa vontade.

Fátima Francisco contou ao Ikweli que a filha é resultado de uma gravidez precoce. Ela ficou grávida aos 13 anos de idade, e sem qualquer ajuda familiar na altura, incluindo do pai da menor que decidiu abandona-la devido o estado da saúde da mesma, não se dirigiu ao hospital, o que fez com que o problema se agravasse gerando consequências na filha menor que até hoje, aos 13 anos, não anda.

A nascença, segundo conta a jovem Fátima, a pequena Palmira não foi diagnosticada nenhuma doença que condicionasse a sua mobilidade, mas tal como disse a mãe, aos nove meses de vida, o seu desenvolvimento físico parou. “Ela não desenvolvia igual as outras crianças que aos 4 meses já sentam, e aos sete meses já engatinham. Não, com ela foi muito diferente, não lhe levei ao hospital, mas tive que me esforçar para que, pelo menos, ela pudesse sentar-se”.

Os problemas de mobilidade da menina Palmira, constituem um entrave na realização dos seus sonhos e desejos. Este ano por exemplo, ela viu-se obrigada a abandonar a escola onde frequentava a terceira classe, por não ter uma carinha de rodas ou não ter quem lhe acompanhasse. Além disso Palmira era constantemente marginalizada pelos colegas no recinto escolar, o que lhe fazia sentir-se diferente de outras crianças.

“Não vou a escola porque não consigo chovar a carinha, as minhas colegas me descriminavam por não conseguir andar”, disse Palmira ao Ikweli, recordando-se que a última vez que ouviu falar do pai foi em uma ocasião em que o mesmo encontrava-se em uma saca próxima da de onde moram. “A minha mãe quando se apercebeu que o meu pai estava do outro lada da casa, ela foi ao encontro dele exigindo material escolar para mim, por sua vez ele respondeu dizendo que não tem filha paralítica”. Palmira quer voltar a escola para se formar e ser enfermeira.

A avó da menor lamenta que o pai, “nunca procurou saber da filha, pelo menos registar a menina não fez”.

A mãe da menor conta que para sustentar a menina, e para amenizar a situação recorre a conhecidos e familiares. (Atija Chá)

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