Nampula (IKWELI) – Membros da Associação Moçambicana de Panificadores (AMOPÃO), em Nampula, não descartam a hipótese de, num futuro próximo, registar-se o aumento do preço do pão, em consequência da escassez da matéria-prima.
Na manhã da última quarta-feira, o Secretário de Estado na província de Nampula, Mety Gondola, convocou aos membros da AMOPÃO para discutir o impacto da guerra entre a Rússia e a Ucrânia na aquisição da matéria-prima e as consequências para o consumidor.
Gondola recebeu a garantia que não há previsão de subida imediata do preço, mas há a preocupação de que tal venha a acontecer caso a situação se mantenha por muito tempo.
“Estamos a dizer que o preço do pão foi fixado a 5,00Mt (cinco meticais) em 2019, quando a farinha de trigo custava 1.400,00Mt. De lá para cá, estamos a falar de uma subida radical de 680,00Mt (seiscentos e oitenta meticais), e esse é um deficit que pesa aos panificadores, mas estes, com muita coragem, tem sabido levantar os braços, como também é conhecido que os panificadores para alem de vender os seus produtos, conseguem dar muito emprego”, disse Abdul Hanane, presidente da AMOPÃO em Nampula.
Hanane diz que os membros da agremiação têm vindo a fazer pressão para o aumento do preço do pão, mas ainda não há consenso para tal.
Num outro desenvolvimento, esta fonte assegurou que “estamos cientes que, pela primeira vez, temos um casamento entre os panificadores e os processadores da matéria-prima. Essa união só vai trazer benefícios para o povo consumidor, nunca foi do nosso interesse subirmos o preço do pão, porque é uma coisa que nos cria tristeza, porque coloca em causa o bem-estar do consumidor, que é o povo”.
Higino Matiquite é um dos processadores que participou da reunião, e garantiu que nos seus armazéns há stock suficiente para fazer face a uma eventual crise.
“Temporariamente há farinha de trigo nos nossos estoques”, garantiu este processador, prosseguindo que “nós, também, dependemos da disponibilidade do trigo mundial, assim com esse problema de guerra entre a Rússia e a Ucrânia, está a nos notificar negativamente com a falta de trigo a nível mundial”, tanto que a “gente está a procurar alternativa de fornecimento do trigo, porque essa é a nossa responsabilidade para que a província de Nampula, e nem os panificadores, não tenham falta de farinha de trigo”. (Hermínio Raja)