Nampula (IKWELI) – Nos últimos dois meses os preços de venda de carvão vegetal a retalho na cidade de Nampula dispararam drasticamente, passando dos anteriores 250,00Mt (duzentos e cinquenta meticais) para 500,00Mt (quinhentos meticais).
Segundo tem constatado o Ikweli, os preços começaram a agravar um mês após as primeiras chuvas que se registaram no maior centro urbano do norte de Moçambique.
A explicação dos revendedores é de que os acessos não facilitam a compra do produto junto do produtor, tanto que, devido as chuvas, também, a produção diminuiu sobremaneira.
Segundo contaram os revendedores à nossa equipa de reportagem, parte dos distritos que fornecem o carvão vegetal a cidade de Nampula tem as vias de acesso danificadas, e por isso está difícil alcançar os pontos com maior oferta.
De 20 anos de idade, o revendedor Onésio Silva diz que agora para encher uma camioneta é uma actividade onerosa, tanto que o carvão deve ser ensacado em recipientes de 10 quilogramas, para permitir que possam ser movimentados em meios que não encontram limitação para circular, como é o caso de motorizadas e bicicletas, para a posterior colocar em viatura e seguir a autarquia de Nampula.
“Antes, o carvão custava entre 250,00Mt (duzentos e cinquenta meticais) e 350,00Mt (trezentos e cinquenta meticais), mas actualmente custa entre 450,00Mt (quatrocentos e cinquenta meticais) e 500,00Mt (quinhentos meticais), disse a nossa fonte.
Em outros pontos da cidade, sobretudo os bairros de Expansão, o mesmo produto chega a custar 600,00Mt (seiscentos meticais).
Pai de um filho Carlos Vasco é residente da unidade residencial de Mutomote, no bairro de Nampula, e é na mesma circunscrição que dispõe de um ponto de venda de carvão vegetal. Ao Ikweli contou que vende o carvão a 450,00Mt (quatrocentos e cinquenta meticais) por não dispor de alternativa, pois na fonte de aquisição os preços, também, subiram.
Nestas circunstâncias, Vasco diz que “não temos lucros”, mas “precisamos continuar a trabalhar, porque estou nesta actividade há 6 anos”.
“Estamos muito preocupados com esta subida de combustíveis”, afirma Vasco, porque, segundo disse “os transportadores, também, aumentar o valor do frete”.
Igualmente, as revendedoras de carvão avulso dizem que a situação está terrível. Os lucros reduziram e a procura, também, não é a mesma como no passado.
Ângela Agostinho é exemplo disso, e diante da situação não esconde a sua aflição, pois é dos rendimentos deste negócio que garante o sustento da sua família.
Os consumidores, estes estão ainda mais aflitos. Não vêm onde recorrer, e na maior das hipóteses, para quem pode recorre ao gás doméstico.
“Agora está tudo caro. Até o carvão custa a 500,00Mt”, comenta a senhora Madalena Pedro, residente do bairro Mutauanha, prosseguindo que “se as coisas continuarem assim, mesmo as pessoas com posse poderão morrer a fome”. (Nelsa Momade e Redação)