Nampula (IKWELI) – O Hospital Geral de Marrere (HGM), segunda maior unidade sanitária da província de Nampula, debate-se com a falta de espaços para novos internamentos, em consequência do esgotamento da capacidade da mesma.
A informação foi dada a conhecer ao Ikweli pelo director do Hospital Geral de Marrere, Carlitos Santos, o qual avança que o nível de internamento de doentes naquela unidade sanitária está acima da capacidade uma vez mais, no caso da enfermaria de pediatria, por exemplo, onde são 12 camas, porém até a última quarta-feira 30 de Março, pelo menos o número de doentes era o dobro, ou seja, 24 doentes ocupavam 12 camas que é a capacidade do hospital.
“Nós estamos a ter muitos casos de malária e diarreia, sobretudo, nas crianças. Para se ter ideia, a nossa enfermaria andou vazia todo o último semestre do ano passado 2021, mas agora temos a enfermaria de pediatria acima da sua capacidade”, informou o director Carlitos, para quem “dando volta no hospital é notório duas ou três crianças no mesmo berço, o que não é aconselhável. Ainda continuamos a dizer que temos de respeitar as medidas de distanciamento, mas na nossa própria casa não estamos a conseguir, porque não temos alternativas”.
O gestor do Hospital Geral de Marrere aponta que a lotação na enfermaria de pediatria que dá espaço ao esgotamento da capacidade de internamento é resultado da entrada de doentes com malária e diarreia. No seu entender, o facto está associado à queda de chuvas que se faz sentir nos últimos tempos nesta região e o saneamento do meio que não é favorável nas comunidades.
Contudo, o entrevistado assegura que estão criadas as condições para o atendimento dos doentes, na componente de pessoal técnico. Porém, não descarta a condição de que “quando há superlotação nas enfermarias, há sempre uma sobrecarga, o que significa que não podemos continuar a trabalhar com o plano normal. Imaginemos que temos na enfermaria 12 camas, mas de repente registamos 40 a 60 doentes, não é possível cobrir todos eles com alguma qualidade se continuarmos a trabalhar com um único enfermeiro, isso significa que temos de ter dois ou três enfermeiros num único turno”. (Esmeraldo Boquisse)