Nampula: Gombe mata 20 pessoas em Lunga e some com outras 11

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Nampula (IKWELI) – Até a última terça-feira (15) os relatos sobre os impactos do ciclone tropical Gombe, que fustigou a mais populosa província do país, ainda eram de, pelo menos, 17 vidas perdidas, mas quanto mais se vasculha a região mais dados trágicos vem à tona.

Na última quarta (16), o Secretário do Estado na província de Nampula, Mety Gondola, que “passeia” em monitoria pelos distritos severamente afectados deslocou-se a Mossuril, e teve de chegar a Lunga, uma comunidade de difícil acesso.

Se em épocas normais chegar a Lunga é um martírio, com a passagem do ciclone tropical Gombe, a situação tornou-se impossível, sendo a única alternativa é a via marítima, embarcando a partir da Ilha de Moçambique,

E foi o que se viu, Gondola e sua comitiva tiveram de “pegar” embarcações para chegarem a Lunga.

Já no local, as notícias acompanhadas não foram nada agradáveis. Aventa-se a hipótese de que tenham ocorrido 31 óbitos, mas a certeza é de que 20 pessoas morreram e 11 são tidas como desaparecidas.

O delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre (INGD), em Nampula, Alberto Armando, foi uma das figuras que não escondeu a sua preocupação com a situação, sobretudo porque não se tinha a dimensão real.

“Tínhamos uma ideia, de facto, de que o posto administrativo de Lunga tinha sofrido uma devastação com os ventos intensos”, afirma Armando, assegurando que “estando aqui no terreno, já activamos os mecanismos de trazer os apoios e coincide que temos uma parte dos apoios baseado na Ilha de Moçambique que era para atender a população da Ilha. E como esta é uma situação urgente temos que começar a carregar os apoios para este ponto usando embarcação”.

A garantia é de que, não havendo nenhum impedimento causado pela natureza, nesta quinta-feira (17), Lunga começa a receber os primeiros apoios.

Ao nível do distrito de Mossuril, segundo Alberto Armando, 72 mil pessoas foram afectadas pelo ciclone tropical Gombe.

O INGD não tem dúvidas de que a população de Lunga, na sua totalidade, foi devastada.

No fim da visita, Mety Gondola era um homem emocionalmente triste e com pouco discurso que o habitual. “Estamos todos desolados e tristes com esta realidade que acabamos de testemunhar aqui no posto administrativo de Lunga. Era dos locais que não tínhamos acesso e que não tínhamos qualquer tipo de comunicação. Era bastante difícil sabermos o que estava a acontecer”.

“Somente hoje [quarta-feira, 16 de Março] conseguimos nos fazer ao local, mas, infelizmente, fomos colhidos com esta informação de que cerca de 31 óbitos foram registados. Da interacção que nós fizemos com os nossos colegas de governação ao nível da base já foi feita a verificação e há a confirmação de 20 óbitos, os 11 que são reportados ainda precisa-se fazer um trabalho de apuramento”, concluiu o Secretário do Estado na província mais populosa do país. (Aunício da Silva)

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