Nampula (IKWELI) – As famílias da comunidade de Napala, no distrito de Monapo, queixam-se de fome, e apontam o ciclone tropical Gombe como a principal causado, pelo facto de destruído os seus excedentes.
Trata-se de excedentes que sobreviveram a depressão tropical ANA, segundo apurou o Ikweli no terreno, mas que as infra-estruturas das famílias onde eram conservados os alimentos não aguentaram a fúria do Gombe.
Ainda assim, mesmo sem comida, há esperança, porque os resultados da primeira época da campanha agrária são promissores, tanto que o apoio que tem vindo a receber do lado do governo, para a produção, inspira esperança.
Segundo observamos, actualmente, as famílias recorrem a milho seco, o qual é fervido e servido em água e sal.
Esta situação faz com que as refeições sejam limitadas, sendo que quem come no almoço pode não ter a mesma sorte no jantar.
“Aqui dependemos da agricultura para nos sustentar”, disse ao Ikweli Pedro Primeiro, morador daquela circunscrição, justificando que “não temos um outro trabalho. Nessa época eu tinha esperança que poderia colher uma quantidade satisfatória de diversos produtos, mas infelizmente a tempestade tropical Gombe destruiu tudo que eu tinha semeado”, por isso “há muita fome aqui”.
Primeiro avança que “eu tinha guardado um pouco de mandioca seca aqui em casa, mas quando veio o vento deixou cair minha casa, molhou tudo que estava dentro, farinha de mandioca e mandioca seca. Como está a ver, aquela toda mandioca já está danificada. por não temos mais opção vamos por no sol a secar um pouco e vamos comer assim mesmo”.
O mesmo cenário vivesse nos bairros da vila sede do distrito de Monapo, onde uma família, debaixo de um cajueiro, procurava alimentar de milho seco fervido em água e sal.
“Nós estamos a comer esse milho seco, neste modo de preparo, porque não temos outra alternativa”, disse Camiro António, pai da família, o qual pede socorro ao governo. “Estou a pedir uma ajuda ao governo. Nós não temos nada que comer, estamos a passar fome neste bairro, assim não temos nada nas nossas machambas por causa do ciclone Gombe, que destruiu tudo que semeamos”, concluiu a fonte. (Hermínio Raja, nosso enviado a Monapo)