Nampula (IKWELI) – As chuvas que se fazem sentir desde os primeiros dias do corrente ano, 2022, estão a constituir uma verdadeira frustração para o autarca do maior centro urbano do norte de Moçambique, Nampula.
O certo é que parte significante dos esforços empreendidos pela edilidade liderada por Paulo Vahanle estão por água abaixo.
Ao nível das vias da cidade cimento, a situação tornou-se drástica, os buracos que outrora tinham sido tapadas com recurso a saibro voltaram a sorrir, e consequentemente danificando recursos dos utentes, mormente viaturas e motorizadas.
Na periferia, a transitabilidade não é das melhores e há bairros que quase estão isolados em consequência da destruição das vias de acesso.
Os munícipes reconhecem que o autarca está fazendo o máximo que podem, mas exigem muito mais.
“O presidente Vahanle está a trabalhar, mas é preciso ter em conta a qualidade das obras”, disse Juma Saíde, munícipe entrevistado pelo Ikweli, prosseguindo que “no centro da cidade não é fácil circular. As estradas estão todas esburacadas, pior que chove todos os dias. Os buracos ficam todos eles escondidos na água e a pessoas apenas se surpreendem com a roda dentro deles”.
“É preciso reconhecer que há algum trabalho que está sendo feito, mas é preciso que haja seriedade”, comenta Justina Mário, que avança que “se reparar que naquelas ruas que o município pavimentou a situação é boa. Não estão danificadas. Mas aqui onde andam a colocar remendos de areia a situação é pior do que no tempo de Namuaca [Castro Sanfins Namuaca é o último autarca que a Frelimo conseguiu fazer eleger para dirigir a capital do maior círculo eleitoral do país]”, apenas “lamentamos a situação da rua de Marrere que, também, acredito que o presidente Vahanle foi sabotado”.
“Eu vivo em Namiepe, e com essas chuvas para chegar lá é um verdadeiro martírio, mas acredito que depois dessas chuvas o município vai fazer alguma intervenção”, diz Pedro Guido.
Igualmente, em outras unidades residenciais há reclamações do género, incluindo pontes que ficaram destruídas pela fúria das águas.
A rua que dá acesso a zona residencial de Namiteca, no posto administrativo urbano de Muahivire, é um dos exemplos em que há pontes cuja situação oferece perigo aos utentes.
Os moradores daquela circunscrição, entrevistado pelo Ikweli, lamentam a situação e aponta as crianças como sendo principais vítimas, ou seja, são as que mais perigo correm com a situação das pontes.
Inocentes, os petizes correm para estes locais para brincarem, perante um perigo iminente, sobretudo porque parte dessas infra-estruturas cedeu.
“Na segunda-feira da semana passada, uma criança de anos de idade foi arrastada pelas águas nesse riacho. Ela tentava atravessar, mas a corrente nesse rio reno era forte, por isso a criança acabou morrendo”, disse Omar Jackson, residente nas imediações do mercado do Siquia.
Jackson diz que a situação com a ponte em referência remota há três anos, mas a edilidade, mesmo sabendo da situação, nada faz para reverter a insegurança.
Esta fonte afirma que por essas alturas, em que chovem intermitentemente, arrastamento e morte de pessoas na ponte é recorrente.
João Adamugi, outro morador da mesma circunscrição diz que “o assunto desta ponte é grave para os moradores, porque a travessia nesta via sem uma ponteca torna difícil, e nós quando queremos chegar ao mercado exige atravessar esta ponteca”. (Aunício da Silva e Nelsa Momade)