Maputo (IKWELI) – O reputado advogado e político moçambicano Teodoro Waty que actualmente é um dos comentadores residentes do programa Noite Informativa da STV, disse no domingo, 30.01, que “a homossexualidade é uma realidade em Moçambique e não podemos escondê-la e nem evitar que as pessoas que tem esta orientação sexual se possam associar,” defendeu Waty.
O posicionamento de Teodoro Waty foi feito durante àquele programa televisivo dedicado à análise dos principais assuntos que marcaram a actualidade informativa da semana e Teodoro Waty, comentou na abertura do mesmo, sobre o mais recente pronunciamento do líder da Igreja Católica, Papa Francisco, segundo o qual “os pais de filhos gays devem apoiar os seus filhos no lugar de condená-los.”
Fazendo um paralelismo com a realidade moçambicana, para Teodoro Waty, “…no meu país observa-se uma política de avestruz”, por outro lado, Waty reconhece não ser a pessoa mais competente para se pronunciar sobre o assunto, mas vai mais longe ao considerar que, “não se pode aceitar que estes cidadãos [homossexuais] não sejam livres de se associar”, numa clara alusão à demora do Ministério da Justiça em registar a associação LAMBDA, um expediente submetido e pendente àquela instituição do estado há já mais de 13 anos.
Noutro desenvolvimento, Teodoro Waty que dentre outras no seu percurso profissional já foi membro da Comissão Política e Comité Centra do Partido Frelimo bem como Presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade na Assembleia da República, chamou atenção para o facto de o Conselho Constitucional já se ter pronunciado sobre esta matéria, que o contrário do reconhecimento do direito de associação [que vem sendo negado à LAMBDA], é uma “ofensa ao princípio da universalidade e igualdade” previsto na Constituição da República de Moçambique.
Ainda durante a apresentação das notas prévias ao assunto principal em debate, “Providência cautelar contra as taxas de portagens,” no Noite Informativa, o comentador esclareceu que, “uma coisa são as nossas convicções pessoais, mas essas convicções pessoais não podem, e nem devem arregimentar as posições do Estado, e nem é razoável que nós sejamos mais papistas que o vigário de Cristo. A homossexualidade é uma realidade em Moçambique e não podemos escondê-la e nem evitar que as pessoas que tem esta orientação sexual se possam associar. (Redação com #Lambda)