Nampula (IKWELI) – O presidente do partido Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, defende a necessidade da revisão dos critérios de atribuição de licenças às escolas de condução em Moçambique, por supor que uma das causas da sinistralidade rodoviária no país deve-se a má formação dos candidatos a motoristas.
Ossufo Momade posicionou-se nesse sentido em consequência dos últimos acidentes de viação registados na província da Zambézia, no centro do país, que provocaram dezenas de vítimas mortais, para além de feridos graves e avultados danos materiais.
“Infelizmente, o ano inicia assombrado de luto e dor nas famílias moçambicanas em consequência dos acidentes de viação. De viva voz, apresentamos as nossas sentidas condolências e solidarizamos com todas as famílias enlutadas, dos 27 concidadãos que pereceram no trágico sinistro ocorrido no distrito de Mopeia, província da Zambézia, no dia 22 de Janeiro corrente”, começou por dizer Ossufo Momade.
Segundo reiterou o presidente da Renamo, “o aumento exponencial dos acidentes de viação, ceifando vidas humanas, é uma dura realidade que continua, de forma sistemática, no nosso país, o que impõe a busca de estratégias de fiscalização rodoviária mais eficazes, revisão de licenciamento das escolas de condução, a formação e atribuição de cartas de condução aos candidatos a motoristas”.
O apelo de Ossufo Momade, entretanto, é no sentido de os condutores ao se fazerem às vias públicas não negligenciarem as regras patentes no Código de Estrada, com vista a inverter o actual cenário sangrento em que as estradas moçambicanas estão imersas.
“É do conhecimento geral que os acidentes de viação não resultam apenas da acção humana, mas também, devido ao estado precário em que se encontram as estradas, que são de pequenas dimensões e muito esburacadas. É hora de parar com o derramamento de sangue nas estradas”, disse o político.
Ossufo Momade falava nesta quinta-feira (27), na cidade de Nampula, durante a vigência da 22ª Sessão Ordinária da Comissão Política Nacional do partido Renamo, onde, igualmente, mostrou-se solidário para com as famílias afectadas pela depressão tropical Ana que, recentemente, fustigou as províncias de Nampula, Tete, Manica e Zambézia.
“Ainda neste início do ano, as nossas populações estão a ser fuziladas pela tempestade ANA, que está a provocar dor, luto e destruição de infraestruturas, particularmente nos distritos de Milange, Mocuba, Pebane, Lugela, Chinde e Gurúè, na província da Zambézia, Moma, Larde, Liupo, Memba, Mogovolas e Angoche, na província de Nampula. Mutarara, Doa, Cidade de Tete, na província do mesmo nome”, referiu, finalizando que “a todas famílias afectadas por essa calamidade natural, apresentamos nossos sentimentos de pesar e a nossa solidariedade”.
O referido encontro, segundo apuramos, marca a abertura do ano político da Renamo, maior partido da oposição em Moçambique. Aliás, dentre vários pontos de agenda, na referida sessão será feita a análise do ano político passado, bem como a planificação das actividades a serem desenvolvidas ao longo deste ano, com foco para os próximos pleitos eleitorais.
“Auguro que, ao longo do ano que iniciou continuemos unidos, fortes e focados nos próximos desafios, as eleições autárquicas, em 2023 e as distritais, provinciais e gerais, em 2024”, frisou Ossufo Momade. (Constantino Henriques)