Ilha de Moçambique: UniLúrio engajada na valorização e salvaguarda do património cultural e da humanidade

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Ilha de Moçambique (IKWELI) – Arrancou nesta quinta-feira (27) a 2ª edição das “Oficinas Muhipiti”, uma iniciativa da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Lúrio (UniLúrio), focada na valorização e salvaguarda do património cultural e da humanidade da Ilha de Moçambique.

A 1ª edição foi realizada em 2017, e a ideia inicial continua prevalecente, a qual visa encontrar e trazer soluções dos problemas que inviabilizam o desenvolvimento do distrito da Ilha de Moçambique, bem como contribuir para um plano de gestão.

Para a reitora da UniLúrio, Leda Hugo, o evento constitui um marco para a valorização da história da Ilha de Moçambique.

“A Universidade Lúrio consciente da sua missão de promover uma visão crítica e enriquecedora da identidade cultural e natural da região norte de Moçambique, associada a valorização do seu património cultural, religioso e arquitectónico, edificado e não edificado como factores para o desenvolvimento específico da Ilha de Moçambique,  tem-se reestruturado em novas unidades de ensino”, referiu Leda Hugo, assegurando que a universidade que dirige se identifica com a valorização e integração do património cultural para o desenvolvimento local.

A 1ª edição das “Oficinas Muhipiti”, tinham como foco o planeamento estratégico, património e desenvolvimento, por isso subsequentemente, a UniLúrio compromete-se no desenvolvimento local do distrito da Ilha de Moçambique, com vista a abrir novos horizontes de discutir e encontrar soluções de problemas daquela circunscrição geográfica.

“A presente edição das Oficinas de Muhipiti decorre num momento particularmente delicado para Moçambique. Primeiro, pelo período de luto nacional de três dias declarado pelo Estado moçambicano e, em meio disto, pela passagem da depressão tropical ANA, cujas perdas humanas e materiais avultadas ainda estão por avaliar”, precisou a reitora, que disse não estar alheia à situação que afectou uma parte da população costeira da província, daí que exorta a solidariedade e apoio de todos os actores da sociedade.

Na mesma abordagem, a dirigente adianta que a “universidade, como fórum de académicos e investigadores, o seu apoio passa, necessariamente, na promoção de eventos iguais, virados para a produção de conhecimento e procura de soluções para resiliência do património, bem como o das populações”.

Uma importante figura que participou da abertura do evento, é o administrador loca, Momade Ali, o qual reconheceu que o património que dirige está a perder a sua configuração, razão pela qual há a necessidade de se garantir a conservação e valorização da Ilha de Moçambique, por sinal o distrito que deu nome ao país e onde se situa a primeira capital moçambicana.

“Desde a declaração da Ilha de Moçambique como património cultural da humanidade, vários estudos e planos de conservação têm sido realizados, com destaque para o plano de desenvolvimento integrado e o de gestão e conservação desenvolvido pelo Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique”, disse o administrador, para quem outros programas são criados com vista a mudança de comportamento da população local.

No entanto, segundo esta fonte, “prevalecem alguns desafios que possam tornar a nossa Ilha mais sustentável e apreciável”, sobretudo “a capacidade de implementação dos planos e projectos que resultam, não somente de pressupostos políticos e legais, mas também a falta de recursos humanos e financeiros para o efeito. A pobreza que graça mais da metade do distrito, sobretudo, no bairro de Macuti e a zona continental, o que contribui para o baixo nível de preparação e consciencialização, e em prol da conservação do património material e imaterial, incluindo as questões de ordem ambiental. A fraca coordenação e articulação e entre os diferentes actores dos projectos estratégicos e desenvolvimento globais”.

Não é só isso que preocupa Momade Ali, mas elementos como “a pressão demográfica na zona insular, o fecalismo a céu aberto, a falta de salubridade e limpeza nas praias”, também, constituem enormes desafios, por isso é necessária e indispensável de uma melhor “articulação entre os gestores políticos, técnicos e líderes comunitários”.

Refira-se que a 2ª Edição das Oficinas de Muhipiti decorrem sobe lema “Valorização e salvaguarda do património edificado na Ilha de Moçambique. Contributos para um plano de gestão do bem inscrito na lista do património mundial”. (Esmeraldo Boquisse)

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