Imundície toma conta do mercado do Waresta

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Nampula (IKWELI) – A situação de higiene e saneamento do meio no mercado grossista do Waresta, o maior do norte de Moçambique, não é das melhores, facto que constitui um perigo para a saúde dos seus utentes.

Com início da época chuvosa, as condições de higiene no Waresta tornaram-se deploráveis, estando vários produtos a serem comercializados em condições inapropriadas, sendo que a maior são produtos frescos.

Esta situação preocupa os utentes, que em muitos casos compram o tomate, a cebola, as couves, a cenoura, a pimenta, entre outros, colocados por cima de lama que emite cheiro nauseabunda.

A reabilitação do mercado do Waresta foi uma das bandeiras de conquista do voto por parte do então cabeça-de-lista do partido Renamo, Paulo Vahanle, o qual após a sua eleição tentou requalificar o mercado, e ainda pavimentar as suas vias, mas tal não se concluiu o que tornou a situação ainda mais complexa.

Os vendedores dizem que não sabe para onde vai a taxa diária que pagam a edilidade. São 10,00Mt (dez meticais) por cada um deles, incluindo o Imposto Pessoal Autárquico, mas os resultados da aplicação dessas cobranças não se fazem sentir nos utentes do mercado.

“Nós vendemos assim mesmo com lixos, porque não temos como”, disse a vendedeira Admira Faustino, prosseguindo que “o município quando vem tirar lixo não tira todo, por isso que nós vendemos assim mesmo”, reconhecendo que “é muito complicado vender assim, porque pode provocar várias doenças aos nossos clientes. Eu consigo vender a maneira, visto que o local não é adequado para se vender alimento cozidos”.

Num outro desenvolvimento, esta vendedeira comenta: “nós pagamos a município uma taxa de 10,00Mt (Dez Meticais) por dia, alegando que as taxas de cobranças são para reabilitar e para remover o lixo aqui no mercado, mas nada vejo. Desde que comecei a vender neste mercado só vieram remover duas vezes, no ano passado. Única coisa que eu peço ao município é que venham remover esse lixo, porque nós pagamos as taxas”.

Elsa Mussa, outra vendedeira, mostra a sua insatisfação como utente daquele local, segundo ela porque os seus clientes andam a fugitivos por causa do mau cheiro que se faz sentir naquele local.

“Estou aqui há 1 ano, mas não me sinto bem a vender neste mercado com essas condições”, diz Elsa Mussa, porque “os nossos clientes fogem alegando que este local tem mão cheiro”.

“Desde que eu cheguei nesse mercado eles vieram remover apenas duas vezes, isso já faz tempo e só aconteceu no ano passado”, por isso, “eu peço que o município venha nos ajudar removendo esses resíduos sólidos neste mercado, pelo menos duas vezes por semana ou três vezes, para que os nossos produtos sejam bem vistos e tenhamos clientes”.

Os compradores, também, vêm-se sem escolha, por isso são obrigados a comprar produtos colocados em péssimas condições de higiene.

O mercado do Waresta é, também, referencia para viajantes que acorrem ao local para degustaram da comida confeccionada que ali se vende, e é o caso do senhor Avelino António.

“Não tenho como não comer nesse local, porque eu sou um viajante”, disse o senhor Avelino António, então “tenho que parar em algo lugar para me alimentar. Só que a melhor coisa que o município deve fazer é limpar este local e colocar pavês para evitar essas sujidades”, porque “se colocarem pavês os munícipes vão ter receio de atirarem lixos neste local”. “Este local, assim com essas condições, é um palco de várias doenças por causa das moscas e mosquitos que saem do lixo e vem directo nos pratos de comida. Espero que o município da cidade de Nampula venha fazer algo urgente a este local”.

“Nós comemos aqui, porque não podemos abandonar os nossos produtos nas nossas bancas”, conta um dos vendedores do mercado Waresta, também, “porque outros locais onde as condições são mínimas é muito distante do mercado”, tanto que “eu sei que comer nesse local, assim com essas condições, pode provocar-me várias doenças, mas não tenho como”.

Através do director de Comunicação e Imagem, Nelson Carvalho, o conselho autárquico da cidade de Nampula, está ciente do “fenómeno Waresta”, mas diz que há vontade e esforços estão em curso para ultrapassar o problema.

“Nós temos conhecimento do caso”, disse Nelson Carvalho, justificando que “o que fez com que o lixo ficasse acumulado naquele local é devido a avaria das nossas máquinas que recolhem os resíduos, e isso condicionou aquilo que é o processo de remoção de resíduos sólidos em todas lixeiras que existem na cidade de Nampula”. (Hermínio Raja)

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